Descrição
Neste vídeo especial originalmente publicado em 10 de setembro de 2017, o Mateus, do Canal Assombrado, faz um verdadeiro documentário sobre o maior e mais trágico desastre radiológico urbano da história, ocorrido fora de unidades nucleares, o que se deu em Goiânia, Goiás, em 1987: o Acidente com o Césio 137.
Com uma narrativa detalhada e repleta de informações, Mateus nos leva através dos eventos que começaram de maneira aparentemente inofensiva, mas que resultaram nesta tragédia, que tomou repercussões globais, afetando centenas de pessoas e deixando um legado devastador de mortes e contaminações. É um caso muito triste mesmo.
Índice
- A descoberta da peça
- A venda para o ferro velho
- Mostrando para os irmãos
- A descoberta do caso
- Operação de guerra
- As primeiras mortes
- Impacto na saúde das vítimas
- Repercussões internacionais
- Consequências
- Minutagem
- Informações e conteúdo relacionado
A descoberta da peça
Tudo começou no dia 13 de setembro de 1987, quando dois catadores de lixo encontraram um equipamento de radioterapia abandonado nas ruínas do Instituto Goiano de Radioterapia. Sem saber do perigo, desmontaram a peça contendo Césio-137, atraídos pelo peso do chumbo que poderia ser vendido. Eles também levaram parte do equipamento para a casa da mãe de um deles, onde continuaram a tentativa de desmontar o aparelho, expondo-se à radiação sem qualquer conhecimento dos riscos.
A venda para o ferro velho
Cinco dias depois, em 18 de setembro de 1987, a peça foi vendida para Devair Ferreira, dono de um ferro-velho. O brilho azulado que a peça emitia à noite fascinou Devair, que começou a mostrá-la para todos que conhecia. Desconhecendo completamente a natureza letal do Césio-137, ele e seus funcionários, que haviam aberto a cápsula à marretadas, começaram a sentir os primeiros sintomas de contaminação: náuseas, tonturas e vômitos, que inicialmente foram atribuídos a uma feijoada estragada. Dureza.
Mostrando para os irmãos
Devair também mostrou a peça brilhante para seus irmãos, entre eles Ivo Ferreira, que, encantado com o pó que brilhava no escuro, levou um pouco para sua casa e deu à sua filha Leide das Neves, de apenas seis anos. Leide brincou com o pó e, sem lavar as mãos, ingeriu partículas de Césio-137. No dia seguinte, a criança começou a apresentar os primeiros sintomas de envenenamento por radiação, enquanto a esposa de Devair, Maria Gabriela, e outros membros da família também adoeciam rapidamente. Isso é realmente de partir o coração… Provavelmente o mais trágico de toda essa tragédia.
A descoberta do caso
O mal-estar da família Ferreira se agravou, levando Maria Gabriela a levar a peça para a vigilância Ssnitária. Inconscientemente, ela e um funcionário do ferro-velho expuseram outras pessoas à radiação ao transportar a cápsula em um ônibus. Dó dois dias depois que a peça foi identificada como uma fonte de radiação altamente perigosa, desencadeando uma operação emergencial em Goiânia.
Operação de guerra
As autoridades de Goiânia mobilizaram uma verdadeira operação de guerra para conter os danos causados pelo Césio-137. No Estádio Olímpico Pedro Ludovico, mais de 112 mil pessoas foram submetidas a exames para verificar a contaminação. Entre as vítimas mais graves estavam Leide das Neves, Devair Ferreira e os funcionários do ferro-velho, que foram enviados para tratamento no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, onde Leide, infelizmente, faleceu em 23 de outubro de 1987, tornando-se o símbolo da tragédia.
As primeiras mortes
Além de Leide, outras vítimas sucumbiram aos efeitos da radiação. Maria Gabriela Ferreira, esposa de Devair, também morreu no mesmo dia que a menina. A população de Goiânia, em pânico, tentou impedir o enterro de Leide, temendo que seu corpo radioativo contaminasse a área. No dia 27 de outubro, dois funcionários do ferro-velho, Israel Batista dos Santos e Admilson Alves de Souza, também faleceram.
Impacto na saúde das vítimas
O acidente teve efeitos devastadores na saúde das vítimas, muitas das quais continuam a enfrentar problemas até hoje. Das mais de 100 mil pessoas examinadas, 249 foram identificadas como contaminadas diretamente, e 49 necessitaram de tratamento médico intensivo. Embora os casos mais graves tenham resultado em morte, muitos sobreviventes desenvolveram câncer, problemas respiratórios, doenças da pele e outros males crônicos ao longo dos anos. A exposição prolongada à radiação deixou um legado de sofrimento físico e psicológico entre os envolvidos, sendo que muitos ainda não recebem o suporte médico adequado. O estigma social também afetou essas vítimas, que enfrentaram o isolamento e o preconceito devido ao desconhecimento generalizado sobre a natureza da radiação.
Repercussões internacionais
O acidente com o Césio-137 ganhou destaque mundial, sendo considerado o pior acidente radiológico em área urbana na história. Embora o desastre de Chernobyl, ocorrido um ano antes, tenha gerado mais atenção internacional, o episódio de Goiânia colocou o Brasil no mapa global de desastres nucleares. Organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), enviaram equipes para avaliar o impacto do acidente e ajudar nas operações de descontaminação. Além disso, o evento impulsionou discussões globais sobre o armazenamento inadequado de materiais radioativos, especialmente em países em desenvolvimento. O acidente trouxe à tona a necessidade de protocolos mais rígidos de segurança nuclear e melhor gerenciamento de resíduos tóxicos, repercutindo em mudanças nas legislações sobre materiais radioativos em várias partes do mundo.
Consequências
O acidente deixou ainda mais profundas marcas em Goiânia. Casas foram demolidas, milhares de toneladas de lixo radioativo foram coletadas e levadas para um depósito em Abadia de Goiás. Devair Ferreira, devastado pela culpa e pela depressão, morreu de cirrose sete anos após o acidente. Ivo Ferreira, que levou o Césio para sua filha, desenvolveu enfisema pulmonar e faleceu seis anos depois.
Além das mortes, as consequências psicológicas e sociais foram imensas. A área atingida foi isolada e desvalorizada, e muitas vítimas seguem até hoje sem receber o tratamento adequado. Mesmo 30 anos após o acidente, o impacto do Césio-137 em Goiânia ainda é sentido, e muitos dos envolvidos continuam lutando contra doenças relacionadas à contaminação.
Minutagem
02:15
– A descoberta da peça;05:23
– A venda para o ferro velho;09:28
– Mostrando para os irmãos;11:59
– A descoberta do caso;14:06
– Operação de guerra;18:24
– As primeiras mortes;20:37
– Operação para recolher o lixo radioativo;22:41
– As mortes de Ivo e Devair;25:07
– Consequências;26:18
– Filme Césio 137: O Pesadelo de Goiânia.
Informações e conteúdo relacionado
Mais informações
- Duração: 27:56
- Visualizações: 4
- Categorias: Documentários
- Canais: Assombrado
- Marcador(es): Curiosidades, História brasileira
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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