Como ler um livro, com Mortimer Adler e Charles Van Doren (Vídeo)

Trecho de um vídeo onde os autores do 'Como Ler Livros' comentam sobre a importância de procurar livros difíceis que ainda estejam acima da nossa compreensão para ler. Acesse aqui a descrição completa.


Descrição

Como ler um livro, com Mortimer Adler e Charles Van Doren, é um trecho de um vídeo (How to Read a Book with Mortimer Adler and Charles Van Doren) onde os dois escritores da obra “Como Ler Livros” comentam sobre a importância de procurar livros difíceis que ainda estejam acima da nossa compreensão, pois isto faz o indivíduo buscar a melhora da sua própria capacidade e é o sentido da busca pelo conhecimento.

O vídeo foi traduzido e legendado para o português brasileiro pelos Tradutores de Direita. Abaixo, temos um trecho da obra “Como Ler Livros”, de Adler e Doren que foi selecionado pelos próprios tradutores para enriquecer o assunto:

“Este é um livro para leitores e para aqueles que querem se tornar leitores, especialmente leitores de livros. Mais especialmente ainda, para aqueles cujo principal objetivo na leitura é aumentar sua compreensão.

Por ‘leitores’ queremos dizer pessoas já acostumadas, como quase todas as letradas e inteligentes, a conseguir grande parte da informação e do conhecimento do mundo por meio da palavra escrita. Não toda, é claro. Mesmo antes do rádio e da televisão, era possível adquirir bastante informação e conhecimento através da palavra falada e da observação. Mas isso nunca foi suficiente para as pessoas inteligentes e curiosas. Estas sabiam que precisavam ler também, e liam.

Muitos supõem atualmente que a leitura não é mais tão necessária quanto antes. O rádio e sobretudo a televisão desempenham hoje várias funções antes exclusivas das palavras impressas, assim como a fotografia desempenha várias funções antes a cargo da pintura e das outras artes gráficas. Sem dúvida, o papel da televisão é muito bem representado: a comunicação visual dos noticiários, por exemplo, é de grande impacto. A capacidade do rádio para transmitir informações enquanto nos dedicamos a outras coisas – por exemplo, dirigir um carro – é notável e representa grande economia de tempo. Mas será que o advento da mídia moderna trouxe alguma vantagem para a compreensão do mundo em que vivemos?

Sem dúvida, hoje sabemos mais sobre o mundo, e na medida em que o conhecimento é um requisito indispensável para a compreensão, isso é vantajoso. Mas o conhecimento não é requisito tão indispensável à compreensão quanto se pensa. Não precisamos saber tudo sobre determinada coisa para compreendê-la. Um excesso de fatos pode ser um obstáculo tão grande para o entendimento quanto a insuficiência. Em certo sentido somos inundados com fatos em detrimento da nossa compreensão.

Uma das causas dessa situação é que a própria mídia faz com que o pensamento pareça supérfluo. A divulgação maciça de posições e opiniões intelectuais é uma das mais extensas atividades dos nossos dias. Ao espectador de televisão, ao ouvinte de rádio, ao leitor de revistas é apresentado um complexo global de elementos – desde a retórica elaborada até dados e estatísticas cuidadosamente selecionados – com o objetivo de levá-lo a uma ‘decisão’ facilmente e com um esforço mínimo. Porém, a informação maciça é muitas vezes tão eficiente que o espectador, o ouvinte ou o leitor não chega a decisão nenhuma. Apenas insere o ‘pacote de opiniões’ na própria mente como um cassete num toca-fitas. Depois aperta um botão e ‘toca’ a opinião sempre que precisa. Desempenha com perfeição sem ter que pensar.”

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