Madre Joana Angélica: Heroína e Mártir da Independência do Brasil

História de Madre Joana Angélica, a mártir da Fé e heroína da Independência do Brasil, assassinada por impedir que fosse profanado seu convento e suas irmãs religiosas, provocando uma onda de revolta entre a população, que se armou e deu início às guerras pela independência. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Este vídeo do excelente canal Leitura Complementar publicado originalmente a 5 de setembro de 2022 conta um pouco da história de Madre Joana Angélica, a mártir da Fé e heroína da Independência do Brasil conhecida principalmente pelo ato de bravura final de sua vida, quando foi assassinada por um soldado ao colocar-se à porta de seu convento para impedir que fosse profanado este espaço sagrado.

De acordo com o exposto, Madre Joana Angélica é uma figura de destaque na história do Brasil, reconhecida oficialmente como a primeira heroína da Independência devido à maneira como faleceu. Ela nasceu em Salvador, Bahia, em 1761, e morreu na mesma cidade em fevereiro de 1822, aos 60 anos. Joana pertencia a uma rica família de aristocratas de Salvador; seu pai era José Tavares de Almeida, capitão do exército português que foi enviado para a Bahia, onde se casou com a brasileira Catarina Maria da Silva em 1758.

Madre Joana era uma religiosa da Ordem da Imaculada Conceição do Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, localizado em Salvador, o segundo convento feminino mais antigo do país, com sua construção iniciada em 1733 e inaugurada em 1744. Joana Angélica ingressou no noviciado do convento em 1782, aos 20 anos, período de formação para fazer os votos perpétuos de Obediência, Pobreza e Castidade. No ano seguinte, fez sua Profissão de Fé e se tornou irmã consagrada com o nome religioso de Joana Angélica de Jesus. Durante os 20 anos seguintes, desempenhou diversos papéis na Ordem, incluindo Mestra de Noviços, Conselheira, Vigária e Escriba, e foi a Abadessa do Convento de 1815 a 1817 e novamente em 1821 até sua morte trágica em 1822.

No início de 1822, o Brasil vivia um clima de aspiração por autonomia política, com o termo “liberdade” e “Independência” ecoando pelas ruas. Dom João VI havia retornado a Portugal, deixando seu filho, Dom Pedro I, como regente do Brasil. A exigência das Cortes de Lisboa para que Dom Pedro retornasse também a Portugal foi vista pelos brasileiros como uma tentativa de reverter a situação política para antes da chegada da família real em 1808.

Em janeiro de 1822, o general português Inácio Luís Madeira de Melo chegou ao Brasil com a missão de reprimir os movimentos independentistas. Em sua busca por rebeldes, Madeira invadiu casas, comércios e até mesmo o Convento da Lapa. Quando os soldados portugueses tentaram invadir o convento, Madre Joana Angélica, que era a abadessa, com grande coragem, posicionou-se na entrada do convento, afirmando que não escondia ninguém ali. No entanto, ela temia que os soldados queriam violar as freiras. Assim, ordenou que todas saíssem pela parte traseira do convento e tentou ganhar tempo para sua fuga. Enquanto isso, um soldado armado a atacou com uma baioneta, ferindo-a mortalmente.

A notícia do martírio de Madre Joana Angélica provocou uma onda de revolta entre a população, que se armou e deu início às guerras pela independência. Em 2 de julho de 1823, a Bahia conquistou sua independência. Madre Joana Angélica é lembrada até hoje por sua bravura e por ser considerada uma mártir da fé. Muitos historiadores ressaltam sua importância e há uma hipótese de que ela seja canonizada, caso o Vaticano reconheça seu martírio como defesa da fé.

O Convento da Lapa solicitou, em 2001, a inclusão da pesquisa de documentos comprobatórios do martírio da Madre Joana Angélica, para que se tornasse possível o processo canônico de sua beatificação. A Arquidiocese de Salvador iniciou uma extensa pesquisa em arquivos históricos para apoiar a canonização de Madre Joana. Em 2007, um desfile cívico foi realizado em Caitetê, Bahia, para reviver o martírio de Joana Angélica. Em fevereiro de 2011, o Mausoléu do Convento da Lapa foi inaugurado para abrigar os restos de Madre Joana e de suas irmãs da Ordem. Em 26 de julho de 2018, Madre Joana foi declarada heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal 13.697.

Portanto, a invasão do Convento da Lapa pelos soldados portugueses em 20 de fevereiro de 1822 não foi justificada por esconderijos de patriotas brasileiros, como alegado. Os fatos históricos mostram que Madre Joana Angélica defendeu o Santíssimo Sacramento e tentou proteger o espaço sagrado e as freiras sob sua responsabilidade. Seu ato heróico tem um significado simbólico que transcende as guerras políticas e os confrontos militares. Seu sacrifício foi um ato de defesa da fé cristã e da vida de suas irmãs religiosas.

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