Palestra de José Monir Nasser sobre O Mercador de Veneza, de Shakespeare

Brilhante exposição sobre a relevância cultural de uma das maiores e mais influentes peças do Bardo de Avon.


Estamos incluindo aqui neste post a palestra completa ministrada pelo saudoso professor e economista José Monir Nasser (1957 – 2013) sobre principalmente os aspectos culturais de O Mercador de Veneza, uma das maiores obras de William Shakespeare, que narra uma história de amor, ganância e vingança.

O Mercador de Veneza (The Merchant of Venice) é uma peça acreditada ter sido escrita entre 1596 e 1598 pelo Bardo de Avon. Ambientada na vibrante cidade de Veneza durante a Renascença, combina comédia e drama, refletindo o estilo característico de Shakespeare, embora seja mais lembrada por suas cenas dramáticas e seu complexo antagonista, Shylock, sendo uma rica tapeçaria de personagens e situações que refletem as tensões e os valores da época.

A trama começa quando Bassanio, um jovem nobre, precisa de 3.000 ducados para cortejar a rica herdeira Portia. Ele recorre a seu amigo Antonio, um mercador cuja riqueza está investida em mercadorias no mar. Antonio concorda em garantir um empréstimo com o seu rival, um agiota judeu chamado Shylock, que impõe uma condição draconiana: se a dívida não for paga a tempo, Shylock pode exigir uma libra de carne de Antonio. A história se desenrola com uma série de eventos que culminam em um julgamento dramático.

Embora classificada como comédia no First Folio e compartilhando características com outras comédias românticas de Shakespeare, O Mercador de Veneza é notoriamente lembrada por suas cenas dramáticas e por Shylock, um personagem multifacetado que evoca tanto simpatia quanto repulsa, o que alguns afirmam ser reflexo das atitudes ambivalentes da época em relação aos judeus. O famoso pedido de “libra de carne” de Shylock se tornou um símbolo de justiça e crueldade, levantando questões sobre tolerância, vingança e misericórdia.

O Mercador de Veneza continua a ter um impacto significativo na literatura e na cultura, sendo ainda frequentemente estudada e encenada, oferecendo insights sobre as tensões sociais e econômicas do Renascimento, bem como sobre a natureza humana. A peça gerou diversas adaptações e inspirou várias obras de grande relevância, incluindo a versão silenciosa de 1914 dirigida por Lois Weber e Phillips Smalley, e a notável adaptação de 2004 dirigida por Michael Radford, com Al Pacino no papel de Shylock. Em termos de óperas, influenciou obras como a ópera Le marchand de Venise de Reynaldo Hahn, estreada em 1935, e a ópera de André Tchaikowsky, que teve sua estreia em 2013. Além disso, a peça também influenciou outras formas de arte, como o rock musical Fire Angel e o excelente filme Seven de David Fincher, que faz referência ao tema da “libra de carne”. Assim, O Mercador de Veneza permanece uma fonte rica para reinterpretações e continua a provocar reflexões sobre questões universais e atemporais.

Por fim, não é preciso ter lido O Mercador de Veneza para entender e beneficiar-se da exposição do professor Nasser, embora seja obviamente desejável. Suas duas partes, que juntas têm quase 3 horas de duração, encontram-se a seguir:

Parte 1

Parte 2


Estes vídeos foram curados e providenciados pelo canal Mental Food, onde foram publicados originalmente em 10 de abril de 2019.

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