Descrição
Neste trecho da aula de número 81 de seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho (1947-2022) explica quanto vale a sua opinião (de todos nós) de acordo com condições relativas à sua origem, se quem a emitiu acredita realmente nela, se é uma resposta a um problema específico e de qual natureza este é.
Ao ser indagado com um questionamento pertinente ao Código de Direito Canônico, Olavo admite não ter a qualificação necessária para opinar sobre o assunto e que, para falar com propriedade sobre a doutrina da Igreja, precisaria ter dedicado ao estudo dessa doutrina o mesmo tempo que dedicou à filosofia. Ele também complementa que sua opinião seria dada com muito cuidado e respeito, para não ferir injustamente ninguém e para não infringir a doutrina da Igreja.
O autor propõe um voto de pobreza em matéria de opiniões, praticado pelo próprio, que busca ter opiniões apenas sobre aqueles pontos aos quais realmente dedicou tempo e estudo. Segundo Olavo, a validade de uma opinião está relacionada ao tempo e à dedicação investidos em sua formação. Se alguém levou dois minutos para formar uma opinião, então essa opinião deve ser considerada proporcional ao tempo gasto nela, de acordo com o filósofo.
Como exemplo, Olavo menciona Albert Einstein, quem levou cerca de 30 anos para desenvolver sua teoria da relatividade. Não se espera que alguém passe 30 anos estudando a teoria da relatividade, mas a atenção dedicada a uma opinião deve ser proporcional ao tempo investido na sua formação. Se uma opinião é formada rapidamente, não é justo exigir que ela receba a mesma atenção que uma opinião desenvolvida com mais profundidade.
De acordo com o exposto, nem todas as opiniões merecem atenção pública. Algumas ideias são formadas de maneira efêmera e não justificam uma discussão mais aprofundada. Se uma opinião é formada rapidamente, ela não deve exigir uma consideração igualmente rápida dos outros. Olavo argumenta que se todas as opiniões tivessem direito à mesma atenção, a comunicação seria impossível, pois todos na sala teriam que dedicar tempo às opiniões de cada um.
Para ter uma opinião razoável, Olavo afirma que devem ser consideradas algumas condições. Primeiro, a opinião precisa ser verdadeiramente sua, isto é, a pessoa deve acreditar nela. Isso não significa que se precise acreditar 100%, mas é importante saber o quanto se acredita na opinião. Além disso, é necessário estar ciente da origem da opinião – se veio do meio social, de algo que se leu ou ouviu, ou se foi uma ideia espontânea.
A segunda condição, de acordo com o filósofo brasileiro, é entender a origem da opinião, pois a carga semântica da mesma vem de sua origem histórica. A forma final da opinião carrega consigo a carga semântica original, o que significa que a opinião está associada a experiências e sentimentos que moldaram sua formação.
A terceira condição seria ter consciência do problema que a opinião está respondendo: ela deve ser uma resposta a um problema ou pergunta específica. Se alguém não consegue formular a pergunta à qual a opinião responde, então não entende completamente a própria opinião.
Por fim, a quarta condição para Olavo é que o problema em questão seja realmente um problema filosófico substancial, pois nem toda dúvida ou inquietação o é. O problema precisa ser testado para verificar se emana da realidade e da experiência, em vez de ser apenas uma formulação lógica ou uma extrapolação de um problema pessoal.
Este vídeo foi clipado pelo canal Daniel Mota da aula ministrada por Olavo de Carvalho datada de 30 de outubro de 2010 e publicado originalmente em 16 de abril de 2023.
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Mais informações
- Duração: 08:05
- Visualizações: 8
- Categorias: Curtos
- Canais: Daniel Mota, Olavo de Carvalho
- Marcador(es): Filosofia, Olavo de Carvalho
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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