Rodrigo Gurgel – Duas leituras de Dostoiévski

Rodrigo Gurgel compartilha suas experiências com o romance Crime e Castigo, de Dostoiévski, a partir de duas leituras feitas em momentos distintos de sua vida, revelando como a literatura pode iluminar nossas mudanças interiores e ajudar a confrontar nossos próprios erros e fraquezas. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Em uma reflexão pessoal e literária, o professor Rodrigo Gurgel compartilha, neste vídeo originalmente publicado em 20 de setembro de 2019, suas experiências com o romance Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, a partir de duas leituras feitas em momentos distintos de sua vida.

Nesta interessante exposição, Gurgel nos conduz por uma jornada de transformação, revelando como a literatura pode iluminar nossas mudanças interiores e ajudar a confrontar nossos próprios erros e fraquezas.

A primeira leitura: o olhar do jovem militante

Gurgel começa relembrando sua juventude, marcada por sua militância na esquerda e por um relativismo moral típico de quem busca utopias revolucionárias, confessando que, aos 20 anos, sua leitura de Crime e Castigo foi permeada pelo cinismo e pela arrogância intelectual.

Na época, detestou o epílogo do romance, especialmente a cena em que Raskólnikov, derrotado pelo amor de Sônia, se rende à possibilidade de redenção. Gurgel admite ter escrito ofensas ao autor nas últimas páginas de sua edição perdida, detonando Dostoiévski por permitir que seu protagonista encontrasse a paz interior.

A segunda leitura: o retorno transformador

Duas décadas depois, já em um momento diferente de sua vida, Gurgel decide revisitar Crime e Castigo, e lê o romance com uma perspectiva completamente renovada, sem o distanciamento crítico da juventude.

Ele descreve como, agora, conseguiu enxergar a complexidade da mente de Raskólnikov e a profundidade de sua luta interior, percebendo na história do protagonista traços de seu próprio passado, o que o levou a uma identificação poderosa com o processo de transformação do personagem.

A leitura do epílogo, que antes o enfureceu, agora o encheu de alegria e esperança. Se Raskólnikov, um assassino, podia encontrar redenção, então ele também podia recomeçar. Essa experiência marcou o início de uma mudança definitiva em sua vida, enterrando o jovem arrogante de 20 anos.

Uma análise essencial: enfrentando o epílogo

Gurgel destaca a análise feita por Lorena Miranda Kurt Lauk sobre o epílogo de Crime e Castigo em seu texto Enfrentando o epílogo de Crime e Castigo, onde ela responde à afirmação de Paulo Bezerra de que Raskólnikov jamais se arrependeu, argumentando de forma detalhada como o personagem abandona o racionalismo frio e compreende o absurdo de seus crimes.

Para Gurgel, o texto de Lorena evidencia a dívida que todos nós temos com Dostoiévski e sua capacidade de captar os dilemas humanos com precisão e profundidade.

A leitura como transformação pessoal

Encerrando sua reflexão, Gurgel reforça o poder transformador da literatura, especialmente de autores como Dostoiévski, e convida o público a ler ou reler Crime e Castigo, enfatizando que se trata de uma obra essencial para quem deseja compreender a condição humana.

“Leiam Dostoiévski. Ele tem muito a ensinar sobre nós mesmos.”

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