Jordan Peterson – A morte do estúpido

Jordan Peterson explora a "morte do estúpido", ou melhor, uma das maiores vantagens evolutivas da humanidade: a capacidade de abstrair ideias antes de implementá-las, uma observação tão brilhante quanto transformadora. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Em um instigante trecho de alguma de suas palestras/aulas publicado originalmente em 15 de fevereiro de 2022, o psicanalista clínico e acadêmico canadense Dr. Jordan B. Peterson explora a “morte do estúpido”, ou melhor, uma das maiores vantagens evolutivas da humanidade: a capacidade de abstrair ideias antes de implementá-las, uma observação considerada tão brilhante quanto transformadora.

O problema de agir sem abstração

Peterson começa com um exemplo simples e direto: se um animal age de forma equivocada, ele paga o preço final — a própria vida. Imagine, por exemplo, que um bicho se aproxima de uma área perigosa e acaba morrendo devido à sua tentativa mal sucedida. O aprendizado existe, mas o custo é extremo, porque o animal está morto.

Ele traz esse conceito para o ser humano, afirmando que nossa habilidade de representar ações mentalmente antes de realizá-las é o que nos diferencia. Ou seja, agir impulsivamente e enfrentar o perigo pode ser fatal, mas nós temos a capacidade de imaginar os resultados de nossas ações e matar as más ideias no campo abstrato, poupando-nos de consequências desastrosas.

O experimento da serpente na caixa

Para ilustrar esse ponto, Peterson cria uma metáfora:

  • Imagine que você tem uma caixa com uma serpente dentro dela, mas também há um copo de café na embalagem.
  • Antes de agir, você imagina pegar o copo. Ao visualizar o movimento, percebe que a serpente pode mordê-lo e matá-lo.
  • Nesse momento, a ideia de pegar o copo é descartada. A ideia estúpida morreu, e você sobreviveu.

Esse processo de simulação mental é a chave para o desenvolvimento da inteligência humana e um avanço significativo em relação a outros animais. Como Peterson coloca: “A razão pela qual desenvolvemos a capacidade de abstrair foi para que nossas ideias estúpidas pudessem morrer em vez de nós”.

Abstração e evolução: o surgimento da inteligência

Peterson destaca que essa habilidade de abstrair não apenas salva vidas, mas também contribuiu para o aumento da inteligência humana ao longo da evolução, argumentando que indivíduos mais inteligentes, capazes de simular mentalmente várias possibilidades e escolher as melhores ações, tendem a ter maior sucesso em sobrevivência e reprodução.

Essa vantagem se tornou um ciclo contínuo:

  • Indivíduos mais espertos sobrevivem mais e transmitem seus genes.
  • A inteligência torna-se uma característica adaptativa, ligada não apenas à sobrevivência, mas também à posição nas hierarquias sociais, que funcionam como proxies de sucesso evolutivo.

A corrida cognitiva entre homens e mulheres

Peterson adiciona um ponto intrigante à discussão: a ideia de uma corrida evolutiva cognitiva entre homens e mulheres. De acordo com o exposto no clipe, ao longo de milhões de anos, homens e mulheres precisaram desenvolver estratégias cada vez mais sofisticadas para compreender e interagir uns com os outros. À medida que os homens se tornaram “mais astutos”, as mulheres também evoluíram para entendê-los melhor — e vice-versa. Esse processo teria criado um ciclo de expansão cortical, que acelerou o desenvolvimento da inteligência humana.

A importância prática: pensar antes de agir

No mundo moderno, a lição central dessa reflexão é clara: pensar antes de agir salva vidas, economiza tempo e evita fracassos desnecessários. Quando usamos nossa capacidade de abstração, testamos hipóteses mentalmente e descartamos as más ideias antes que elas causem danos reais. Como Peterson destaca, quanto mais capaz de abstrair e simular uma pessoa é, maior tende a ser seu sucesso na vida.

Deixe que ideias morram, você não

Jordan Peterson nos lembra de que nossa habilidade de imaginar cenários e prever consequências é uma das maiores conquistas da humanidade. Ao “matar” nossas ideias cretinas na fase de planejamento, preservamos nossa integridade, ampliamos nossas chances de sucesso e continuamos a evoluir — individualmente e como espécie.

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