Guilherme Freire – Por que a sociedade cria bodes expiatórios

Guilherme Freire detalha por que a sociedade cria bodes expiatórios, explorando suas raízes filosóficas e sociais. Inspirado por René Girard, reflete sobre como a coletividade identifica culpados para canalizar suas frustrações e manter uma aparência de ordem, mesmo que temporária. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo, uma live realizada ao dia 28 de junho de 2023, Guilherme Freire cita e detalha os motivos por que a sociedade cria bodes expiatórios, explorando suas raízes filosóficas e sociais. Inspirada pelas ideias de René Girard, esta exposição reflete sobre como a coletividade identifica culpados para canalizar suas frustrações e manter uma aparência de ordem, mesmo que temporária.

A teoria do desejo mimético de René Girard

Freire inicia abordando o ponto central da teoria de Girard: o desejo mimético — ou seja, a tendência humana de desejar o que outros possuem, movida pela inveja — o que não está limitado à busca de bens materiais, mas inclui reconhecimento social e poder. Quando o desejo mimético é exacerbado, gera tensões sociais que podem levar à desordem.

Para evitar o colapso, a sociedade recorre a um mecanismo antigo: a criação de um bode expiatório. Trata-se de um indivíduo ou grupo escolhido para carregar a culpa pelos males coletivos, mesmo que de forma injusta.

O ciclo de inveja e destruição social

Guilherme explica que o processo do bode expiatório começa com a desordem gerada pela inveja, de onde surge uma narrativa para difamar e desumanizar o “culpado”, um mecanismo que permite que a sociedade, ao executar simbolicamente ou literalmente o bode expiatório, encontre alívio imediato, mas ilusório.

Este ciclo é exemplificado ao mencionar figuras históricas como Sócrates, Cristo e José do Egito, todos vítimas de inveja e rejeição, mas cuja exclusão forçou suas comunidades a uma auto-reflexão transformadora.

A perpetuação do ciclo na modernidade

Freire traça paralelos com a sociedade contemporânea, onde o ciclo do bode expiatório persiste, e observa que muitas vezes, os melhores e mais virtuosos são alvos de ataque, pois sua excelência gera desconforto em uma cultura que frequentemente exalta a mediocridade.

Além disso, Freire critica como o fenômeno do bode expiatório é instrumentalizado por ideologias e narrativas políticas, mencionando exemplos como o tratamento dado à figura masculina ou à tradição ocidental em debates culturais.

A ruptura do ciclo: sacrifício voluntário e misericórdia

Para Guilherme, a solução para interromper o ciclo está no sacrifício voluntário, inspirado pela Cruz de Cristo, destacando que a verdadeira transformação acontece quando indivíduos ou sociedades renunciam ao ódio e à inveja, adotando atitudes de misericórdia e busca pela verdade.

Reflexão e prática

O vídeo é um convite para refletirmos sobre como a dinâmica do bode expiatório afeta nossas vidas pessoais e a sociedade como um todo. Freire enfatiza que, para romper esse ciclo destrutivo, é necessário cultivar a virtude, elevar-se acima da mediocridade e enfrentar a verdade com coragem, mesmo que isso signifique assumir o papel de cordeiro sacrificial.

Minutagem

Na lista abaixo, temos em quais minutos começam os respectivos assuntos. Foi feita baseada nos capítulos automáticos do vídeo, portanto pode ter alguma ou outra imprecisão:

  1. 00:00 – Introdução
  2. 01:20 – Masterclass Filosofia do Zero
  3. 03:00 – Por que a sociedade cria bodes expiatórios?
  4. 06:45 – Desejo memético
  5. 13:00 – Cristo criatório
  6. 17:00 – Abraão criatório
  7. 22:20 – Desvantagem da superioridade intelectual
  8. 27:20 – Virtude
  9. 27:52 – Você precisa ter um saudável desprezo pela opinião alheia
  10. 30:19 – O medo é um péssimo conselheiro
  11. 31:43 – A alma coesa não tem medo das perseguições
  12. 34:00 – O Senhor das Moscas
  13. 35:04 – O Ciclo de Inveja
  14. 36:42 – O Ciclo de Alta Destruição
  15. 38:19 – Deus sabe que Fulano vai nascer para o Inferno?
  16. 39:23 – A inveja implantada está naturalmente conosco?
  17. 41:20 – O desafio da virtude
  18. 44:15 – As leis não têm inversões de hierarquia
  19. 50:24 – A caverna e o ambientalismo
  20. 52:58 – Conservacionistas e ambientalistas
  21. 58:39 – Erros de gravação

Guilherme Freire, é professor, mestre, palestrante e conferencista em filosofia. Dentre outras ocupações além da publicação de conteúdos interessantes como esse e os cursos sobre assuntos relevantes que atualmente ministra, exerce e já exerceu diversas atividades, como nas esferas federal e estadual da educação e planejamento.

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