Descrição
Nesta live realizada em 26 de julho de 2023, Guilherme Freire explica a lógica por trás das famosas Cinco Vias de Santo Tomás de Aquino e as provas da existência de Deus, explorando a filosofia aristotélica e a metafísica tomista.
No que é praticamente uma aula, Guilherme elabora como a busca pela verdade e pela razão podem levar o ser humano a uma compreensão mais profunda da realidade divina, ressaltando que esses argumentos não são apenas abstratos, mas formas concretas de entender o mundo e nosso papel nele.
A seguir, tentamos resumir a e analisar o que foi exposto no vídeo no máximo de nossa competência. Pode não ter ficado muito bom, pois trata-se de um assunto fascinante, porém denso. De qualquer forma, deve servir para ajudar no entendimento da live:
Razão e Fé: bases do entendimento de Deus
Freire inicia abordando um ponto essencial: a fé e a razão não são opostas, mas complementares. Santo Tomás de Aquino acreditava que a razão nos permite entender a estrutura do mundo, preparando a mente e o coração para aceitar verdades de ordem superior. A razão ordena, ilumina, e dá sentido ao mundo físico, enquanto a fé oferece uma conexão transcendental.
“A razão fundamenta e direciona a fé, enquanto a fé enriquece e completa a razão“, afirma Freire, ressaltando que essa união é um caminho seguro para quem busca conhecer Deus e a si mesmo.
As Cinco Vias: caminho para a compreensão de uma causa primeira
Freire explica que As Cinco Vias de Santo Tomás de Aquino são argumentações lógicas que apontam para a existência de um ser supremo. Baseado em Aristóteles, o Doctor Angelicus usa conceitos como o movimento, a causa, e a finalidade para estabelecer que o universo não pode ser explicado sem recorrer a uma causa última.
A lista abaixo resume As Cinco Vias de maneira bem sucinta e superficial:
- O Movimento – A primeira via é o argumento do movimento. Observamos que tudo no universo está em constante mudança e movimento. No entanto, Santo Tomás afirma que esse movimento precisa de um “primeiro motor imóvel” – uma causa inicial que não foi movida por nada, e que deu início a tudo. Segundo Freire, essa ideia reflete a visão de Deus como o ponto de partida de toda a realidade e o sustentador de cada movimento no cosmos.
- A Causalidade – A segunda via explora o conceito de causa e efeito. No mundo, tudo tem uma causa, mas essa cadeia de causalidade não pode retroceder ao infinito sem uma causa primeira que seja independente. Freire observa que essa causa primeira é necessária e autossuficiente, sendo o próprio Deus, que tem essas características, que sustenta a existência de todas as coisas sem precisar de uma causa para si.
- A Contingência – Freire apresenta a terceira via como uma das mais profundas. Santo Tomás observa que, no universo, as coisas existem, mas poderiam não existir; são contingentes, dependentes de algo que as trouxe à existência. Logo, deve existir um ser necessário que sempre existiu, que dá origem a tudo o que é contingente. Esse ser é Deus, o único ser cuja existência é independente e eterna, garantindo a realidade de tudo o que existe.
- Os Graus de Perfeição – Freire explica que a quarta via se baseia na ideia de que percebemos graus de perfeição no mundo – como bondade, verdade, e beleza. Santo Tomás argumenta que, para julgar algo como mais ou menos perfeito, deve existir um padrão supremo de perfeição. Esse padrão absoluto é Deus, a fonte de toda bondade e perfeição, e a medida contra a qual todos os graus de perfeição são comparados.
- A ordem e finalidade do mundo – A quinta via se refere à ordem e ao propósito que observamos na natureza. Mesmo seres sem inteligência agem de forma ordenada, como se estivessem guiados por um propósito. Freire destaca que, para Santo Tomás, essa intencionalidade implica a existência de uma inteligência suprema que ordena tudo para um fim específico. Essa inteligência é Deus, que dirige e orienta o universo.
Deus e o problema do mal: liberdade e transcendência
Um dos aspectos que Freire destaca é a forma como Santo Tomás lida com o problema do mal, o mal não possui substância, mas é a ausência do bem, o que parece-me algo já ensinado por Santo Agostinho, salvo engano.
Deus permite o mal como uma forma de preservar a liberdade humana e como um meio para a redenção, o que desafia a ideia de que Deus seria indiferente ao sofrimento humano. Na perspectiva cristã, o sofrimento terreno é uma preparação para uma vida plena na eternidade.
“O mal é um fenômeno que pode ser entendido como uma ausência do bem, mas que também aponta para a necessidade de transformação e redenção,” afirma Freire, ecoando a visão deste santo sobre a vida humana como um caminho de superação e elevação.
Filosofia como caminho para a verdade e a transcendência
Para Guilherme Freire, o que Santo Tomás de Aquino nos oferece é uma fundação sólida para entender a existência de Deus de maneira racional, conectando nosso intelecto à espiritualidade, algo que debate aqui também. As Cinco Vias demonstram que a razão não só apoia, mas também enriquece a Fé, levando a uma vida com mais propósito e significado.
Esta abordagem filosófica e teológica é uma exortação para que vivamos de forma alinhada aos valores de verdade e justiça, refletindo a busca constante por um entendimento mais profundo e uma relação mais próxima com Deus.
Guilherme Freire é um professor, conferencista e palestrante em filosofia brasileiro. Já atuou como Secretário Adjunto da Secretaria Nacional da Juventude do Governo Federal e fez parte da Secretaria do Planejamento do Governo do Estado do Paraná como coordenador de empreendedorismo.
Conteúdo relacionado
Mais informações
- Duração: 1:27:40
- Visualizações: 3
- Categorias: Comentários
- Canal: Guilherme Freire
- Marcador(es): Aristóteles, Cristianismo, Filosofia, Guilherme Freire, Metafísica, Religião, Santo Tomás de Aquino, Teologia
- Publicado por: Equipe Direita Realista
Disclaimer: exceto quando explicitado na publicação, não temos nenhuma ligação com o conteúdo divulgado ou seu(s) criador(es). É também interessante notar que, apesar do nome do site, nem todo conteúdo publicado aqui pode ser rotulado como "de direita" ou de algo que o valha. Pode ser simplesmente algo interessante e/ou edificante que mereça ser arquivado ou pra realizar um simples registro histórico. Saiba mais sobre o Direita.TV aqui.