Descrição
Ao explicar a Boris Casoy sobre quem manda no mundo na entrevista cedida ao jornalista em 1998, Olavo de Carvalho (1947-2022) acaba expondo que você, caro ouvinte, se acostumou a ser oprimido. E isso naquela época. Imagine hoje em dia?
No trecho, o professor Olavo traz uma reflexão sobre o quão livre é o homem moderno e o assunto de liberdade, tirania e poder, demonstrando as pressões que caem sobre o homem moderno em comparação à Antiguidade e Idade Média.
A opressão invisível do homem moderno
Olavo explica que, ao longo dos séculos, a centralização do poder tornou os governantes modernos praticamente onipotentes, em comparação aos senhores feudais ou até mesmo os governantes da Antiguidade, e destaca que a percepção de liberdade muitas vezes é ilusória, já que os meios de controle contemporâneos são mais sofisticados e, por isso, menos percebidos como opressivos.
O contraste entre o passado e o presente
Na Idade Média, por exemplo, o senhor feudal tinha direitos legais amplos sobre seus camponeses. Contudo, os meios para exercer esse poder eram limitados. Já o governante moderno tem acesso a recursos tecnológicos e institucionais que tornam seu poder incomparavelmente maior. Desde a manipulação da opinião pública por meio da propaganda até o controle das massas através de sistemas legais e administrativos, o poder moderno se tornou quase divino em sua abrangência.
Olavo menciona o exemplo de Luís XIV, que precisou viajar pessoalmente para formar seu exército de 144 mil homens, pedindo por alistamentos voluntários. Contrastando, a Revolução Francesa implementou o recrutamento militar obrigatório, criando em poucas semanas um exército de um milhão de soldados. Hoje, a conscrição, embora seja objetivamente uma forma de escravidão, parece normal para muitos, evidenciando como nos acostumamos com práticas originalmente opressivas.
A normalização da opressão
Segundo Olavo, os totalitarismos do século XX — nazismo, fascismo e comunismo — mostraram como regimes podem exercer controle absoluto sobre suas populações, ditando onde as pessoas poderiam viver, trabalhar e até mesmo com quem poderiam casar. Além disto, práticas que seriam vistas como monstruosas por governantes antigos, como o deslocamento de milhões de pessoas, tornaram-se ferramentas de poder comuns na modernidade.
Pra piorar, a tecnologia deu aos governantes e grandes corporações meios de moldar opiniões e comportamentos de maneira que Júlio César ou Átila, o Huno, jamais poderiam imaginar. A propaganda e a publicidade, por exemplo, são utilizadas para criar consensos artificiais e mascarar os interesses reais por trás de decisões políticas e econômicas.
A tese de Bertrand de Jouvenel
Olavo faz referência ao pensador político francês Bertrand de Jouvenel, autor de De la souveraineté (Sobre o poder), que argumenta que o poder político tende a se concentrar e se expandir continuamente, independentemente do sistema de governo. Olavo corrobora essa tese ao apontar que, mesmo em sistemas democráticos, o cidadão comum tem cada vez menos influência sobre as decisões que afetam sua vida.
Reflexão final
Olavo conclui que o homem moderno está tão acostumado à opressão que muitas formas de controle nem sequer são percebidas como tais. A liberdade, portanto, exige não apenas consciência histórica, mas também uma vigilância constante sobre os meios pelos quais o poder é exercido.
Esse alerta feito por Olavo em 1998 continua sendo um convite à reflexão: estamos realmente livres ou simplesmente nos adaptamos a uma nova forma de opressão?
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- Duração: 04:18
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- Categorias: Curtos
- Canais: Olavo de Carvalho, Rede Record
- Marcador(es): Boris Casoy, Olavo de Carvalho
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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