A ciência é um argumento contra ou a favor da existência de Deus? (Vídeo)

Descrição

A ciência é um argumento contra ou a favor da existência de Deus? Porque estamos aqui? Descobertas científicas recentes dizem que a chance de vida existir é inferior a zero. Então, a ciência é a maior ameaça à idéia de design inteligente ou seria seu maior advogado? O autor e palestrante best seller, Eric Metaxas, coloca esta questão intrigante e apresenta uma resposta muito inesperada e desafiadora, neste vídeo da Prager University.

O vídeo foi traduzido e legendado para o português pelos Tradutores de Direita. O texto abaixo foi retirado do próprio, sendo uma adaptação de um artigo do Dr. Thomas P. Sheahen para o American Thinker.

Ciência, religião e a Teoria do Big Bang

Sempre que surge uma grande teoria científica, há uma tendência de misturá-la com a religião, e o resultado é muitas vezes inesperado. Quando a distinção entre ciência e religião é claramente compreendida, tais problemas podem ser evitados. A história da teoria do Big Bang é um bom exemplo de como fazê-lo direito, graças a um homem que tinha essa compreensão clara.

Um século atrás, não tínhamos a idéia de galáxias separadas. Havia alguns objetos esparsos lá fora, mas os telescópios ainda não eram bons o suficiente para descobrir o que eles realmente representavam. A Astronomia já era um campo fascinante mas não havia ainda o campo da cosmologia. Então, em 1916 veio a Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, uma teoria abrangente unindo espaço, tempo e gravidade.

Essa teoria era totalmente diferente do que as pessoas tinham assumido anteriormente. No entanto, as realizações anteriores de Einstein (quatro novas teorias importantes em 1905) garantiram que muitos cientistas, ao menos, prestassem atenção. Em 1919, uma previsão da teoria de Einstein foi verificada através de um experimento conduzido durante um eclipse solar, o que aumentou muito a credibilidade da Relatividade Geral.

Alguns se propuseram a aplicar essas equações para condições especiais do universo. Einstein, que uma vez disse: “Eu quero conhecer os pensamentos de Deus … o resto são detalhes”, ele mesmo acreditava que o universo estava em um estado estável, quase sem mudanças.

Quando Einstein ouviu falar do trabalho de Lemaitre, ele zombou do mesmo; E esse desdém colocou Lemaitre em uma batalha árdua. A noção de um universo estável “constante” era muito forte naqueles dias. O pensamento de tudo começando em um único ponto minúsculo era incompreensível para a maioria dos físicos sendo frequentemente atribuído a “utopias criacionistas”.

O desprezo por Lemaitre não durou muito. Melhores telescópios foram construídos, e outras galáxias além de nossa própria Via Láctea foram descobertas. Em 1929, as observações de Edwin Hubble permitiram um cálculo de quão rápido o universo estava se expandindo, e tudo estava de acordo com a teoria de Lemaitre. O próprio Einstein acabou concordando com Lemaitre – pela simples e honrosa razão científica de que a solução teórica de Lemaitre explicava os dados. A Teoria da Relatividade Geral de Einstein, entretanto, tornou-se plenamente aceita em todo o mundo científico. O termo “teoria do Big Bang” só surgiu décadas depois.

O Papa Pio XII viu que a teoria do Big Bang coincidia perfeitamente com a narrativa no Capítulo um do Livro de Gênesis, e considerou fazer dela uma doutrina da fé, declarando-a verdadeira. Obviamente que teria sido um grande elogio para Lemaitre, uma reivindicação permanente de sua teoria.

Em vez de se alegrar com isso, o próprio Lemaitre falou com o Papa. Lemaitre explicou que nenhuma teoria da física, por mais elegante ou confiável que seja, é verdadeiramente definitiva. Toda teoria pode sempre ser revista; toda teoria pode ser contrariada (e, assim, destruída) por um único experimento. Lemaitre conhecia bem sua história: apenas um século antes, “o éter” parecia uma coisa certa.

Em 1963, novas evidências da radioastronomia deram mais uma confirmação de que, de fato, o universo se originou em uma explosão súbita, e a teoria concorrente de “estado estacionário” foi abandonada.

Trata-se de um enorme mérito para o Padre Georges Lemaitre ter se levantado para sustentar a independência entre a ciência e a religião. Lemaitre tinha uma confiança duradoura de que tanto a ciência quanto a religião são caminhos complementares para o conhecimento, mas as teorias científicas podem ficar ou cair por conta própria e não precisam de religião para arbitrar. Como disse Albert Einstein: “A ciência sem religião é manca, a religião sem ciência é cega”.

Mais recentemente (1987), o Papa João Paulo II declarou sua relação complementar de forma convincente: “A ciência pode purificar a religião do erro e da superstição. A religião pode purificar a ciência da idolatria e dos falsos absolutos. Cada um pode atrair o outro para um mundo mais amplo, um mundo no qual ambos possam florescer“.

Transcrição do vídeo

“Em 1966, a revista Time publicou uma reportagem de capa perguntando: ‘Deus está morto?’ A capa refletia o fato que muitas pessoas teriam aceitado a narrativa de que Deus é obsoleto e que, de acordo com o progresso da ciência, há menos necessidade de um ‘Deus’ para explicar o universo.

Acontece, porém, que os rumores da morte de Deus eram prematuros. Na verdade, talvez os melhores argumentos para a sua existência vêm da própria ciência.

O que aconteceu foi o seguinte: ao mesmo ano em que A Time caracterizou seu famoso título, o astrônomo Carl Sagan anunciou que havia dois critérios necessários para um planeta de sustentar a vida:

O tipo certo de estrela e um planeta à distância correta da estrela. Dado a aproximadamente o número de octilhões planetas no universo – que é 1 seguido de 24 zeros – deve ter a chance de existir 1 septilhões de planetas – que é 1 seguido de 21 zeros – capazes de suportar vida.

Com tais probabilidades espetaculares, os cientistas eram otimistas de que a busca por vida inteligente extraterrestre conhecido pela sigla ‘SETI’, um ambicioso projeto lançado em 1960, traria resultados em breve. Com uma vasta rede telescópica via rádio, os cientistas procuraram por sinais que lembravam inteligência codificada.

Mas, na medida que os anos se passaram, o silêncio do universo era ensurdecedor. Em 2014, os pesquisadores descobriram precisamente nada, zero, o que significa dizer nulo seguido por um número infinito de zeros.

O que aconteceu? Como o nosso conhecimento do universo aumentou, tornou-se claro que havia, na verdade, muito mais fatores necessários para a vida, vida inteligente, do que Sagan supôs.

Seus dois parâmetros cresceram para 10, então 20, e depois 50, o que significa que o número de planetas potencialmente de apoio à vida diminuiu, caiu para alguns milhares de planetas e continuou despencando.

Até mesmo os defensores do SETI reconheceram o problema. Peter Schenkel escreveu em um artigo de 2006 para a ‘Skeptical Inquirer’, uma revista que prega fortemente o ateísmo: ‘À luz das novas descobertas e entendimentos, devemos admitir tranquilamente que as estimativas iniciais podem não ser mais sustentáveis.’

Hoje, existem mais de 200 parâmetros conhecidos necessários para um planeta sustentar a vida, cada um dos quais devendo ser perfeitamente alcançados ou a coisa toda desmorona. Por exemplo, sem um maciço, planeta rico em gravidade como Júpiter nas proximidades para atrair os asteroides, a Terra seria um ‘alvo de dardos interestelares’.

Simplificando, as chances contra a vida no universo são surpreendentes. No entanto, cá estamos nós: não só existimos, mas falando sobre a própria existência. O que pode explicar isso? Pode cada um desses muitos parâmetros serem perfeitamente alcançados por acidente? Até que ponto é justo admitir que é a própria ciência que sugere que tudo isso não pode ser o resultado de forças do aleatório?

Não é mais racional assumir que uma inteligência criou essas condições perfeitas que, na verdade, exige muito menos fé, do que acreditar que a Terra que sustenta a vida simplesmente surgiu do nada para vencer as adversidades inconcebíveis?

Mas espere, ainda há mais.

O ajuste fino necessário para a vida existir em um planeta não é nada comparado com o ajuste fino necessário para que o universo exista. Por exemplo, os astrofísicos agora sabem que os valores das quatro forças fundamentais, a gravidade, a força eletromagnética, e as forças nucleares ‘forte’ e ‘fraca’, foram determinadas a menos de um milionésimo de segundo após o Big Bang. Alterando qualquer um destes quatro valores, mesmo que um pouco, o universo tal como a conhecemos não poderia existir.

Por exemplo, se a proporção entre a força nuclear forte e a força eletromagnética fosse sido alterado pela menor fração ínfima, uma fração inconcebível, então não haveria estrelas. Multiplique esse único parâmetro por todas as outras condições necessárias, e as probabilidades contra o universo existente são tão astronômicas que a noção de que tudo simplesmente aconteceu desafia o senso comum. Seria como jogar uma moeda e tê-la virada de cabeça para cima 10 quintilhões de vezes.

Eu não penso assim.

Fred Hoyle, o astrônomo que cunhou o termo ‘Big Bang’, disse que o seu ateísmo foi ‘muito abalado’ por estes desenvolvimentos. Um dos físicos teóricos mais renomados do mundo, Paul Davies, disse que ‘a aparência do design é esmagadora’. Mesmo em seus últimos dias Christopher Hitchens, um dos mais agressivos ícones do neo-ateismo, admitiu que ‘sem dúvida, o argumento de ajuste fino foi o mais poderoso do outro lado.’

O Professor de Oxford, Dr. John Lennox disse que ‘quanto mais nós começamos a saber sobre o nosso Universo, mais a hipótese de que existe um criador ganha credibilidade como a melhor explicação do porquê de estarmos aqui.’

O maior milagre de todos os tempos é o Universo. É o milagre de todos os milagres que aponta inescapavelmente para algo, ou alguém, além de si mesmo.

Eu sou Eric Metaxas para Universidade Prager.”

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