Flávio Gordon refuta a tese de que Hugo Chávez quis armar a população civil venezuelana

Respondendo a um tweet impertinente de Francisco Razzo feito para bajular gente da laia da Vera Magalhães, Flávio Gordon refuta a tese de que Hugo Chávez quis armar a população civil venezuelana.


Respondendo a um tweet impertinente de Francisco Razzo feito para bajular gente da laia da Vera Magalhães, Flávio Gordon refuta, citando fontes diversas, a tese de que Hugo Chávez quis armar a população civil venezuelana. Este artigo compilou o thread do Twitter em um texto só.

Tipos da esquerda, o que inclui a new left ou isentolândia, estão comparando essa alegada medida do regime chavista com as declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do desarmamento na famosa reunião cujo conteúdo foi vazado.

Flávio Gordon é um brasileiro doutor em antropologia social, tradutor e escritor, com artigos sobre cultura e política publicados em diversas plataformas digitais. Gordon é o autor do livro “A corrupção da inteligência“.

A resposta ao tweet de Cazzo, o qual chamou Gordon de idiota, segue logo abaixo:


O sujeito (Cazzo) me chama de idiota, mas é incapaz de distinguir entre o que um líder político diz e o que ele efetivamente faz. Na ânsia de bajular Vera Magalhães e mostrar serviço aos camaradas de militância antibolsonarista, ele cita como prova de que Chávez pretendia armar a POPULAÇÃO venezuelana (e de que, portanto, teria feito o mesmo que o Bolsonaro sugeriu no vídeo) notícia sobre declaração bravateira do ditador, dita naquele estilo tão típico do antiamericanismo latino-americano.

Chávez falava em equipar um exército para enfrentar uma pretensa invasão estrangeira – no caso, americana. Não em garantir o direito do cidadão comum à autodefesa armada contra abusos de seus próprios governantes (que foi o que, emulando a 2ª emenda americana, fez Bolsonaro).

Porque, em se tratando do cidadão comum, o que Chávez e seu sucessor fizeram foi RESTRINGIR-LHE totalmente o direito ao porte e à posse de uma arma de fogo. Sob comando de Chávez, em 2012, o Congresso da Venezuela aprovou a Lei do Controle de Armas, Munição e Desarmamento que PROIBIA COMPLETAMENTE as vendas de armas e munição, exceto para membros do governo. [2] De início, Chávez estimulou uma campanha de entrega voluntária das armas, mas, diante da relutância da população, as armas logo começaram a ser tomadas à força.

Em 2014, já com Maduro (e com apoio da ONG brasileira Viva Rio), o governo investiu quase 50 milhões de dólares para forçar o desarmamento. Até mesmo estilingues e armas de pressão (airsoft) só podiam ser portadas por agentes estatais.

Em 2018, a Fox News fez uma matéria em que venezuelanos expressavam tristeza e arrependimento por não terem reagido com mais firmeza assim que o projeto desarmamentista de Chávez começou a ser implementado. [3] Segundo eles, o desarmamento civil promovido pelo chavismo foi fundamental para o avanço da brutal ditadura chavista. “As armas teriam sido um pilar vital para permanecermos um povo livre, ou ao menos para lutar por isso” – diz o exilado venezuelano Javier Vanegas à Fox.

Na matéria, é citado também o especialista David Kopel, professor de direito da Universidade de Denver: “Os governantes venezuelanos – tal como seus mestres cubanos – viam a posse de armas pelo cidadão como um risco potencial para o monopólio comunista do poder”.

Resta dizer que o desarmamento foi sempre um projeto de Chávez desde que assumiu o poder em 1999, quando todas as leis desarmamentistas anteriores foram não apenas mantidas como expandidas. A primeira versão da Lei de 2012, por exemplo, data de uma década antes.

Em suma, quando um sujeito está tomado por aquilo que, recentemente, alguém bem definiu como “antibolsonarismo psicótico” (escusas ao autor da expressão pelo esquecimento), o seu ódio por quem não adere ao seu fanatismo o faz cometer esse tipo de papagaiada.

Quando, ainda por cima, o tipinho tem uma personalidade desmilinguida, carecendo rebaixar-se ao ponto de puxar o saco de ignorantes da grande imprensa para se sentir aceito nalgum tipo de clubinho de auto-bajulação, é compreensível que não se vexe em cometer um tuíte desses.


O tweet original segue abaixo:

Já o trecho da reunião onde tem o Bolsonaro metendo a real sobre o desarmamento é este abaixo:

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