Olavo de Carvalho – Você não é conservador coisa nenhuma

Olavo de Carvalho faz o alerta ao ouvinte: "Você não é conservador coisa nenhuma". Trata-se de uma reflexão sobre como as influências culturais são responsáveis pela formação de nossas consciências políticas e comportamentais. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste trecho da aula de número 561 de seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho (1947-2022), ao argumentar sobre influências sob as quais ninguém escapa, faz o seguinte alerta ao ouvinte: “Você não é conservador coisa nenhuma!”

Ele explica que o que formou sua consciência política está muito mais ligado aos hábitos” que se encucaram no indivíduo desde pequeninho” do que em qualquer propaganda política. Ou seja, é muito mais determinada pela cultura dominante, a qual é imposta pela classe dominante. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre como as influências culturais são responsáveis pela formação de nossas consciências políticas e comportamentais.

Olavo argumenta que, independentemente de nossas opiniões declaradas, estamos profundamente imersos na cultura moderna, que molda nossas reações e escolhas, muitas vezes sem perceber. De acordo com o raciocínio deste filósofo, para ser realmente conservador, não basta apenas se opor ao governo ou a ideologias nocivas, como também se dedicar a um autoexame profundo para entender como a cultura moderna, com seus elementos revolucionários e anticristãos, influencia as atitudes e valores que moldam a política.

“Você acha que ele tem inteligência para fazer o que eu fiz um autoexame aprofundado, dizer como essas atitudes entraram dentro de mim sem eu perceber?”

Ao criticar os conservadores que, por exemplo, defendem a música rock como parte de sua cultura política, Olavo destaca que essas escolhas aparentemente inofensivas também são parte de um sistema cultural que desvia as pessoas de seus valores mais profundos, mesmo quando elas acreditam estar em oposição às ideologias dominantes. Segundo esta conversa, a cultura moderna – desde a música até o comportamento cotidiano – molda a consciência das pessoas sem que percebam, guiando-as, por exemplo, a escolhas políticas contrárias ao que realmente defendem.

Além disso, Olavo de Carvalho faz uma crítica contundente à influência de grandes movimentos culturais e políticos, como o comunismo, que visam não apenas a propagação de ideologias, mas a transformação da mentalidade das pessoas desde a infância, destacando que esses movimentos, como a ofensiva cultural de Stalin, se focaram não apenas em mudar o campo político, mas principalmente em moldar a cultura, as atitudes cotidianas, e as reações espontâneas, criando uma conformidade silenciosa com valores revolucionários. Ele observa que Stalin “entendeu que o principal era a atuação na cultura não na propaganda política”.

“Você tem que ganhar a adesão de pessoas importantes, de formadores de opinião, de milionários, de juízes da suprema corte, de grandes intelectuais… Da senhora da sociedade, essa aí que você tem que ganhar.”

A análise de Olavo de Carvalho dá a entender que o exame crítico de nossa própria consciência política exige uma avaliação rigorosa de nossa vida cultural e das influências que nos moldam, muitas vezes sem que tenhamos consciência disso. Sem essa autocrítica, de acordo com o exposto por Olavo, as pessoas correm o risco de seguir a corrente dominante, mesmo quando pensam estar resistindo a ela.


P.S.: este clipe foi providenciado pelo canal Daniel Mota a partir da aula ministrada pelo filósofo brasileiro datada de 3 de abril de 2021 e publicado originalmente em 24 de maio de 2021.

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