Descrição
Este vídeo do canal Visão Libertária, da rede ANCAP.SU, detalha quem eram, na verdade, os inimigos do povo na União Soviética, baseando-se na obra da jornalista e historiadora Anne Applebaum, na história do escritor Alexander Soljenítsin e outras fontes.
Trata-se da leitura de um artigo que fala como Josef Stalin fez diversas vítimas durante os longos anos de seu governo na grande União Soviética, que abrangia diversos países com diferentes grupos étnicos e culturais, reprimindo e exterminando milhões de pessoas. Trata-se de uma análise de como o governo stalinista utilizou-se de prisões em massa, campos de trabalho forçado (gulags) e execuções sumárias para manter o poder, eliminando qualquer forma de oposição.
Stalin e a repressão totalitária
Desde a instauração do governo bolchevique em 1917, liderado por Vladimir Lenin, as prisões e deportações em massa se tornaram uma constante, mas foi durante o governo de Stalin que o terror tomou proporções ainda maiores. Qualquer forma de liberdade intelectual ou política foi duramente reprimida, além da extinção da propriedade privada e do livre mercado. A repressão stalinista culminou na criação de um vasto sistema de campos de concentração onde milhões de pessoas foram encarceradas e forçadas a trabalhos escravos.
Os presos incluíam desde opositores políticos e militares até camponeses, cientistas, artistas e bandidos comuns, assim como pessoas que foram detidas por motivos insignificantes ou acusadas de atividades contrarrevolucionárias. Em muitos casos, os motivos para a prisão eram vagos, baseados em acusações genéricas que visavam controlar qualquer ameaça ao regime.
A criação de bodes expiatórios e a perseguição dos intelectuais
No regime soviético, termos como “inimigos do povo”, “elementos antissoviéticos” e “agentes da burguesia” foram amplamente utilizados para rotular e criminalizar qualquer um que desafiasse ou que, de alguma forma, pudesse ser considerado uma ameaça ao governo. Artistas e intelectuais estavam entre os grupos mais perseguidos, sendo vistos como inimigos potenciais do regime. Muitos desses intelectuais, como o poeta Osip Mandelstam, foram presos e condenados à morte ou ao trabalho forçado em campos de concentração.
A repressão cultural foi uma ferramenta essencial de Stalin para garantir seu controle sobre a produção intelectual e cultural da União Soviética. Ele utilizou mão de ferro para silenciar aqueles que ousavam criticar ou se opor ao seu regime. Entre 1937 e 1940, a intelectualidade soviética sofreu uma das maiores ondas de expurgos da história, com a morte e prisão de milhares de artistas, escritores e cientistas.
O grande expurgo stalinista
Os julgamentos públicos e execuções em massa, conhecidos como os grandes expurgos, começaram em 1936, com o objetivo de eliminar opositores internos e consolidar o poder absoluto de Stalin. Nessa época, militares, líderes políticos e até mesmo aliados próximos desse carniceiro foram executados ou enviados para os gulags. Entre os mais notáveis estava Sergei Kirov, uma figura proeminente do Partido Comunista que foi assassinado a mando de Stalin.
Esses expurgos incluíam não apenas acusações forjadas, mas também torturas para extrair confissões falsas. O número de mortos durante o período dos expurgos stalinistas é estimado em cerca de 750 mil pessoas, o que reflete a brutalidade e a paranoia que marcaram o governo de Stalin.
Os gulags: campos de trabalho forçado
Um dos instrumentos mais aterrorizantes do governo stalinista foi o sistema de gulags, campos de trabalho forçado onde milhões de pessoas foram condenadas a trabalhos árduos sob condições desumanas. Como já falamos, esses campos eram parte integrante da economia soviética, com prisioneiros forçados a trabalhar na extração de minérios como níquel, cobre e ouro, além de participar da construção de grandes obras de infraestrutura, como a ferrovia que ligava a Sibéria ao extremo leste soviético.
As condições de vida nos gulags eram extremamente precárias, com trabalhos forçados, desnutrição e mortes constantes devido às duras condições. Durante a Segunda Guerra Mundial, o número de prisioneiros nos gulags aumentou consideravelmente, atingindo níveis alarmantes entre 1942 e 1943. Estima-se que mais de 20 milhões de pessoas tenham passado pelos campos de concentração soviéticos ao longo do regime comunista.
A importância de relembrar essa história
O legado dos gulags e dos expurgos de Stalin ainda reverbera na história mundial. Escritores como Alexander Soljenítsin denunciaram as atrocidades cometidas durante o regime em obras como Arquipélago Gulag, expondo as práticas de desumanização e a manipulação política que marcaram o totalitarismo soviético.
Soljenítsin, que também foi preso e enviado para os gulags, foi um dos principais dissidentes do regime e ganhou notoriedade internacional ao receber o Prêmio Nobel de Literatura por suas contribuições à memória histórica e à defesa dos direitos humanos. Ele destacou que a falta de liberdade de expressão e a inexistência de uma imprensa livre permitiram que o regime de Stalin manipulasse a verdade e promovesse um culto à personalidade, criando uma narrativa oficial falsa.
Conclusão
Os “inimigos do povo” na União Soviética eram, em sua maioria, vítimas inocentes de um sistema que eliminava qualquer um que pudesse representar uma ameaça ao poder de Stalin. A repressão brutal e a manipulação da verdade foram as principais ferramentas usadas para garantir o controle total sobre a sociedade soviética. Os gulags e os expurgos são capítulos sombrios da história que jamais devem ser esquecidos, pois servem como um lembrete das consequências devastadoras do totalitarismo e da falta de liberdade.
P.S.: este vídeo foi publicado originalmente a 9 de maio de 2023.
Informações e conteúdo relacionado
Mais informações
- Duração: 12:38
- Visualizações: 56
- Categorias: Curtos
- Canal: ANCAP.SU
- Marcador(es): Alexander Soljenítsin, Comunismo, Josef Stalin, União Soviética
- Publicado por: Equipe Direita Realista
Disclaimer: exceto quando explicitado na publicação, não temos nenhuma ligação com o conteúdo divulgado ou seu(s) criador(es). É também interessante notar que, apesar do nome do site, nem todo conteúdo publicado aqui pode ser rotulado como "de direita" ou de algo que o valha. Pode ser simplesmente algo interessante e/ou edificante que mereça ser arquivado ou pra realizar um simples registro histórico. Saiba mais sobre o Direita.TV aqui.