Guilherme Freire – As marcas do homem maduro para Aristóteles

Guilherme Freire discorre sobre as marcas que definem o homem maduro para Aristóteles, conceito central da filosofia aristotélica que sugere uma vida orientada por virtudes que proporcionam autocontrole e propósito. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Nesta live originalmente realizada em 10 de agosto de 2023, Guilherme Freire discorre sobre as marcas que definem o homem maduro para Aristóteles, conceito central da filosofia aristotélica que sugere uma vida orientada por virtudes que proporcionam autocontrole e propósito.

No texto a seguir, tentamos resumir e explorar as principais qualidades do homem maduro de acordo com este pensador clássico, segundo Freire, e como elas se manifestam.

Busca pela virtude

Guilherme começa destacando que a primeira e fundamental marca da maturidade é a virtude. Segundo Aristóteles, o homem maduro é aquele que age de acordo com princípios elevados e bem direcionados, desenvolvendo qualidades que o orientam ao bem. A virtude, vista como um hábito adquirido, representa uma busca contínua e consciente pela excelência.

Excelência e esforço contínuo

O homem maduro busca excelência em tudo o que faz, tratando cada tarefa com dedicação e empenho. Freire enfatiza que Aristóteles vê essa qualidade como uma expressão de grandeza, sendo o antídoto contra a superficialidade e o imediatismo que podem afetar a vida moderna, o que leva a crer que o verdadeiro homem maduro é aquele que se dedica plenamente, independente da atividade, seja um projeto profissional, um trabalho físico ou uma criação artística.

Grandeza de alma e propósito

Outro aspecto importante abordado na live é a megalopsychia, ou grandeza de alma, que, para Aristóteles, define a capacidade de o indivíduo aspirar a ideais maiores e resistir às tentações de objetivos mesquinhos. Freire menciona que o homem maduro enxerga além das pequenas disputas cotidianas, mantendo-se focado em valores universais e duradouros, cultivando metas grandiosas. Isso é muito importante ter em mente, ainda mais nos tempos de hoje, com excesso de clipes pra gente de baixo QI, tipo TikTok, e podcasts apresentados por gente pitoresca conversando fiado sobre trivialidades e vulgaridades sem importância.

Magnanimidade e sacrifício

A magnanimidade se manifesta em metas ambiciosas e na disposição para grandes sacrifícios. Freire comenta que Aristóteles considera que o homem maduro é aquele que, além de estabelecer grandes objetivos, também está disposto a sacrificar-se para realizá-los, seja pessoal, profissional ou espiritualmente. Essa disposição é o que, de acordo com a exposição, torna o indivíduo verdadeiramente comprometido com suas aspirações.

Controle sobre as paixões

Para Aristóteles, o homem maduro não é escravo de suas paixões, mas as domina e orienta para um bem maior. Freire observa que, na visão aristotélica, todos têm impulsos – sejam de desejo ou repulsa –, mas o indivíduo maduro não se deixa dominar por elas, mas as utiliza como uma força que o impulsiona em direção ao crescimento e à maturidade, estabelecendo controle sobre suas próprias paixões e inclinações.

Autonomia e independência

A autonomia é outra marca central da maturidade, para Aristóteles que sustenta que o homem maduro não se apoia de maneira excessiva nas expectativas ou nas ações dos outros, possuindo sim uma uma independência fundamental, onde encara a vida de maneira responsável, sem transferir suas responsabilidades para o próximo, adotando uma postura de autodeterminação e proatividade.

Cultivo da sabedoria

A sabedoria é indispensável para que o homem maduro compreenda a verdade e faça escolhas fundamentadas. Para Freire, Aristóteles não se refere apenas ao conhecimento, mas ao cultivo de uma visão mais profunda sobre o mundo e a realidade. Desta forma, o homem  verdadeiramente maduro busca entender o contexto de suas ações e suas consequências, guiando-se pela sabedoria para alcançar um equilíbrio entre o conhecimento prático e teórico.

Considerações finais

Esta live do Guilherme Freire nos oferece uma visão rica e detalhada sobre o ideal de maturidade para Aristóteles, nos lembrando de que a busca pela virtude é um compromisso de toda a vida. Essas marcas do homem maduro, descritas pelo filósofo, orientam-nos a viver com propósito e grandeza, influenciando positivamente todos à nossa volta. É o que podemos fazer: ordenar as nossas próprias vidas antes de começar a pensar em querer mudar o mundo.


Guilherme Freire é um professor, mestre, conferencista e palestrante em filosofia brasileiro. Dentre outras atividades, já foi Secretário Adjunto da Secretaria Nacional da Juventude do Governo Federal e atuou na Secretaria do Planejamento do Governo do Estado do Paraná.

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