Olavo de Carvalho - Quem é Putin

O filósofo brasileiro Olavo de Carvalho explica, em poucos minutos neste compilado feito ainda em 2016, quem é Vladimir Putin. Acertou mais essa ou não? Acesse aqui a descrição completa.


Classificação: 5 / 5. Votos: 2

Descrição

Neste vídeo, o finado e inestimável Olavo de Carvalho (1947-2022) explica, em poucos minutos neste compilado feito ainda em 2016, quem é Vladimir Putin e como a Rússia pós-soviética manteve sua estrutura de poder apesar da queda do comunismo.

O filósofo brasileiro discorre a partir de assuntos como o fim da União Soviética, a “economiasocialista, Eurasianismo, Aleksandr Dugin, as estratégias russas de influência global e outras pautas relacionadas.

A Rússia pós-comunismo: mudança de discurso, continuidade de poder

Olavo inicia sua análise explicando que, ainda dentro da KGB, já se sabia que a economia comunista não funcionava, mas a elite do regime obviamente não queria perder seu poder. A solução encontrada foi trocar de discurso ideológico sem alterar as estruturas políticas e os agentes do sistema.

Para isso, entrou em campo Aleksandr Dugin, um intelectual que elaborou um novo arcabouço ideológico conhecido como Eurasianismo. Segundo Olavo, Dugin fez uma síntese de diversas correntes antiocidentais, incluindo comunismo, nazismo, anarquismo, ocultismo e esoterismo e islamismo.

Essa mistura deu origem a uma nova narrativa, capaz de atrair tanto ex-comunistas quanto conservadores cristãos, ao incorporar um discurso de “valores tradicionais”. No entanto, esta retórica seria apenas um pretexto, e que o verdadeiro objetivo é restaurar o Império Russo, mantendo no poder os mesmos agentes da KGB de sempre.

A Rússia como fator de corrupção global

Olavo de Carvalho também aponta que, apesar da mudança de discurso, a Rússia continua sendo um grande fator corruptor no cenário global, abordando como, historicamente, a União Soviética foi a responsável por estruturar o tráfico de drogas na América Latina, algo que nunca deixou de crescer. Além disso, afirma que movimentos terroristas ao redor do mundo continuam recebendo armamento russo.

Para ele, essa influência perniciosa faz parte de uma estratégia russa de desestabilização global, que não se prende a um único discurso ideológico. Se necessário, o Kremlin pode flertar tanto com o discurso comunista, como com a narrativa cristã ortodoxa, ou qualquer outro elemento que sirva ao objetivo de manter sua hegemonia.

O complexo megalomaníaco da Rússia

Um dos pontos centrais da análise de Olavo é a visão grandiosa e profética que os intelectuais russos possuem de seu país desde o século XIX, pensadores que teriam vivido obcecados pela ideia de que a Rússia tem uma missão divina de dominar o mundo. No entanto, essa obsessão colide com a realidade econômica e estrutural do país, que sempre teve dificuldades em administrar sua própria vastidão territorial.

Diferentemente da expansão pragmática dos Estados Unidos, que se baseou em uma tradição jurídica e institucional sólida, a Rússia sempre buscou justificar sua sede de poder por meio de narrativas místicas e ideológicas, seja pelo comunismo, pelo Eurasianismo, ou até mesmo pela religião ortodoxa.

Olavo relaciona essa postura com a profecia de Nossa Senhora de Fátima, que alertava que “a Rússia espalharia seus erros pelo mundo”, e o problema não se limitaria ao comunismo, mas aos “erros da Rússia” de forma ampla, que incluem desinformação, corrupção e a cultura da mentira.

Putin, Stalin e os limites da estratégia russa

Ao final, Olavo reconhece que Putin é um gênio estratégico, mas faz uma ressalva: Stalin foi um estrategista ainda maior, e nem mesmo ele conseguiu contornar os limites da realidade, argumentando que, por mais que um governante possa manipular forças políticas e econômicas, há leis naturais que não podem ser superadas, como a lógica e a matemática básica.

Nesse ponto, Olavo diferencia a mentalidade chinesa da russa. Os chineses, segundo ele, são mais prudentes e sabem avaliar suas forças e fraquezas, enquanto os russos são historicamente megalomaníacos, sempre acreditando que possuem um destino grandioso, mesmo que a realidade insista em contradizê-los.


É aí? Será que o Olavo acertou mais essa também ou não?

Conteúdo relacionado

Mais informações

Disclaimer: exceto quando explicitado na publicação, não temos nenhuma ligação com o conteúdo divulgado ou seu(s) criador(es). É também interessante notar que, apesar do nome do site, nem todo conteúdo publicado aqui pode ser rotulado como "de direita" ou de algo que o valha. Pode ser simplesmente algo interessante e/ou edificante que mereça ser arquivado ou pra realizar um simples registro histórico. Saiba mais sobre o Direita.TV aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *