Descrição
O avô do atual presidente do banco central, Campos Neto, economista e então deputado federal Roberto Campos (1917-2002) explicou em 1991, em entrevista ao programa Roda Viva, por que há inflação, e já adiantamos que tem nada a ver com essa conversa de ganância de empresário, e sim com estadices estatais.
À época, o Brasil ainda viva sob a “cultura do Cruzado”, em referência ao plano que tentou controlar a inflação em 1986, no governo de José Sarney. O plano incluiu tabelamento de preços — elogiado na época pelo economista do PT Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) — e um fracasso retumbante com consequências trágicas que incluem mas não se limitam a um grave desabastecimento geral.
Campos criticou este plano idiota, dizendo que este tinha uma “mentalidade antiempresarial”, a qual “deriva de uma definição errônea da inflação. O Cruzado treinou a população brasileira para acreditar que inflação é alta de preços. Não é. Alta de preços é o resultado. Inflação é expansão monetária. E daí? E daí um número de consequências grandes surge. Se inflação é alta de preços, então o culpado é o empresário, que faz a alta de preços. Mas se inflação é expansão monetária, então o culpado é o governo. Veja que a mudança da definição cria uma cultura antiempresarial”.
E sim, inflação é expansão monetária, não importa o quanto o maconheiro local espernear e gritar que não. E, também sim, a culpa é do governo, como sempre.