Olavo de Carvalho – É tempo de recomeçar

Olavo de Carvalho, afirmando que é tempo de recomeçar, argumenta que o perdão não é apenas uma prática moral ou religiosa, mas a própria base de constituição do universo, permitindo a abertura de novas possibilidades e superando os limites impostos pela entropia. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste profundo trecho de alguma de suas aulas do Curso Online de Filosofia, publicado em 28 de agosto de 2024, o professor Olavo de Carvalho (1947-2022) reflete sobre a noção de perdão como um princípio universal e, afirmando que é tempo de recomeçar, argumenta que isto não é apenas uma prática moral ou religiosa, mas a própria base de constituição do universo, permitindo a abertura de novas possibilidades e superando os limites impostos pela entropia.

Entropia e as possibilidades terrenas

Olavo inicia sua reflexão abordando o conceito de entropia, a tendência natural de desgaste e declínio no mundo físico, explicando que, na esfera humana, isso se manifesta como o esgotamento das possibilidades da vida terrestre. À medida que envelhecemos, as escolhas que fizemos deixam marcas permanentes, e as oportunidades que não aproveitamos se fecham para sempre.

No entanto, o filósofo afirma que essa realidade física não define a totalidade de nossa existência, pois enquanto a entropia limita as possibilidades no plano temporal, ela não esgota as possibilidades eternas, que continuam a se abrir através do perdão.

Perdão: a abertura para a eternidade

Para Olavo, o perdão é mais do que uma virtude humana: é também uma tradução das leis universais da possibilidade para a esfera da existência humana, ressaltando que, mesmo quando nossas ações no plano terreno geram consequências permanentes, o perdão oferece a oportunidade de preservar a essência dessas experiências no plano eterno.

Citando a doutrina cristã, Olavo destaca que o perdão não elimina as consequências terrenas dos atos, mas libera o indivíduo das penalidades eternas. Assim, ele permite que as possibilidades desgastadas no tempo sejam renovadas na eternidade, criando um ciclo contínuo de novas oportunidades.

O Logos e o fundamento do universo

Olavo conecta o conceito de perdão à ideia do Logos, a inteligência divina que organiza o universo, argumentando que as leis matemáticas e físicas que permitiram o Big Bang já existiam desde toda a eternidade, pois o que é real no universo sempre foi possível.

Essa lógica, segundo Olavo, não é apenas uma teoria filosófica, mas uma evidência científica de que o universo foi constituído de forma intencional. O Logos, enquanto expressão das possibilidades universais, abrange tudo o que ocorreu no cosmos, incluindo a capacidade humana de compreender e refletir sobre sua própria existência.

O perdão como recomeço

Olavo conclui que o perdão é, na essência, um recomeço e uma nova chance, tanto no plano humano quanto no cósmico, de superar os erros e limitações do passado. Assim como o universo continua a expandir suas possibilidades desde o Big Bang, o perdão abre novas dimensões de existência para aqueles que o buscam.

Em suas palavras, “o perdão é a própria base de constituição do universo. É a abertura de novas possibilidades que transcendem o esgotamento dessas possibilidades no campo espaço-temporal. Sem isso, nós também não existiríamos”.

Um convite à renovação

Esta exploração filosófica de Olavo de Carvalho nos lembra que, mesmo em meio às limitações e falhas da vida, existe a possibilidade de recomeçar. O perdão, tanto como conceito cósmico quanto como prática humana, nos convida a ultrapassar os limites do tempo e a buscar uma existência mais plena e significativa.

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