Vasco da Gama: o explorador português (Vídeo)

Descrição

Conheça melhor um pouco sobre Vasco da Gama, o explorador português, neste trecho de um documentário sobre o mesmo do History Channel que foi traduzido e legendado pelos Tradutores de Direita.

O texto abaixo foi retirado do próprio vídeo e é de autoria do professor Thomas Giulliano:

Por mais que os nossos dias digam o contrário, somos um país marcado pelo mais alto refinamento cultural, que dispõe de um cemitério capaz de gerar vidas. Acreditem, estamos sob a égide de um panteão de pesquisadores que devotaram as suas vidas à verdade. Nomes? Sem pleonasmo, há dúzias – para não dizer mais de três centenas. Se você não é capaz de elencar pelo menos duas dezenas de nomes, fique calmo, pois há um pessoal preparado para pôr um pouco do Brasil de Carlos Gomes no coração de nossa gente. Antes que os apressados na arte de interpretar um texto com os pés me perguntem, escrevo que, naturalmente, não estou falando de lobotomização, mas de educadores capazes de sanar uma demanda reprimida.

Biografando um pouco o texto, assimilei a sentença de Capistrano de Abreu: a historiografia deve estar embasada na busca obstinada pela verdade. Mesmo na cama, mesmo com febre e mesmo nos momentos de náusea o historiador deve buscá-la incessantemente. Inclusive, sem querer parecer excessivamente catedrático, estou entre os que suspeitam dos analistas que muito depreciam o nosso tempo decorrido – lugar comum de nossos farsantes esmaltados com exposições que mais parecem um show de stand up. Talvez o seu professor de estória nunca tenha comentado, mas o Brasil possui um passado histórico e cultural que não pode dele desligar-se. Não ecoa de modo simpático, mas é a verdade: antes de Portugal, estávamos ignorados no mundo.

Muito mais do que um palco de predadores, significamos uma obra formidável de intercurso humano, terra descoberta por navegadores que deram um sentido planetário à humanidade e às palavras de Camões: “Se mais mundo houvera, lá chegara”. Aqui, Portugal dissolveu-se. Nas palavras de Gilberto Freyre:

“Portugal seguiu na sua política colonizadora aquelas palavras misteriosas das Escrituras: ganhou a vida perdendo-a”

Até este momento, vinte e oito de setembro de dois mil e dezessete, por mais que há séculos disseminem o contrário, somos culturalmente filhos diletos de Portugal. Da língua aos feitos de Vasco da Gama, atravessando as obras de Eça de Queirós e varando as sentenças de Camilo Castelo Branco estamos integrados ao conjunto de valores lusitanos. Como ensinou Joaquim Nabuco em seu célebre discurso sobre Camões: “Se o dia de hoje é o dia de Portugal, não é melhor para ele que a sua festa nacional seja considerada entre nós uma festa de família? Se é o dia da língua Portuguesa, não é esta também a que falam dez milhões de brasileiros?”. Sei bem, antilusitanos, que nenhum reino humano é a plena aplicação dos desígnios de Deus na história. Essa cousa é um pedágio óbvio, forçoso, devido às incorreções interpretativas que poderão surgir a partir de minhas próximas sentenças.

Portugal tem a proeminência de ser a maior aldeia do mundo. Para o bem ou para o mal, o português nasceu católico, colonizador, soldado e mártir – estes atributos que determinaram as circunstâncias e os métodos da colonização portuguesa, disseminadora de laboratórios de civilização. Mesmo comungantes de nossa natureza caída, os portugueses aplicaram estas sílabas de Camões:

“Vós que à custa de vossas próprias mortes
A Lei da vida eterna dilatais”

Para uma adequada fixação dos termos, o Reino de Portugal foi bem-sucedido em transplantar para os territórios conquistados o seu espírito essencial, mantendo em cada um de seus descendentes, diretos ou indiretos, a sua alma camoniana. Parafraseando Joaquim Nabuco, o provavelmente maior herói português, Vasco da Gama, foi a viva representação da pátria portuguesa, por isso, um de nossos sustentos. Ou não foi o Brasil descoberto, colonizado e povoado por portugueses inspirados nesse Ulisses português? Por isso, como miscigenado que sou, também me sinto parte no mundo do destemido timoneiro.

Desejo que vocês também se sintam assim, isto escrevo como um amigo.

Thomas Giulliano é professor, graduado em História pela PUC-RS, pós-graduado em Literatura Brasileira pela PUCRS, palestrante bimestral da Biblioteca Pública do Rio Grande do Sul.

Conteúdo relacionado

Mais informações

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *