Olavo de Carvalho - Espiral do Silêncio

Olavo de Carvalho, citando o livro Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister e o autor Jean Borella, fala sobre o sucesso fabricado e a Espiral do Silêncio, um sistema perverso em que os opositores se calam por medo do isolamento. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste trecho da aula de número 81 de seu Curso Online de Filosofia, Olavo de Carvalho (1947-2022), citando o livro Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister — de Johann Wolfgang von Goethe — e o autor Jean Borella, fala sobre o sucesso fabricado, a Espiral do Silêncio e a relação entre as duas coisas

A expressão não é nova, mas Olavo a conecta a temas muito mais profundos — entre eles, o sucesso fabricado, o ocultamento deliberado de certas ideias e a covardia da intelligentsia cristã diante do erro.

O sucesso fabricado e os “superiores desconhecidos”

O ponto de partida da exposição é uma observação sobre Wilhelm Meister e a misteriosa ideia das “forças benéficas” que conduzem o protagonista ao sucesso, com Olavo revelando o que muitos preferem ignorar: essas forças, embora apresentadas como simbólicas ou espirituais, remetem à ação concreta de grupos organizados e influentes, como sociedades secretas, que atuam nos bastidores para fabricar carreiras e projetar imagens ideológicas úteis ao sistema globalista.

O sucesso de autores como Paulo Coelho, ou mesmo de franquias como Harry Potter, é analisado por Olavo como metonímias de um fenômeno maior: o uso da indústria editorial e midiática por tais elites para moldar mentalidades com o objetivo de construir um novo imaginário religioso sincrético, esvaziado da Verdade cristã, mas recheado de fragmentos digeríveis de misticismo, esoterismo e sentimentalismo gnóstico.

A nova religião do globalismo: uma mistura blasfema

Segundo Olavo, o que se busca hoje não é apenas a desconstrução da fé cristã, mas a implantação de uma religião global de substituição, uma espécie de “gnose do século XXI” baseada em elementos do hinduísmo, do espiritismo, de religiões indígenas, da Nova Era, e, claro, de uma versão fajuta do cristianismo, diluído e pasteurizado.

Esse projeto não é mera especulação, pois, como reforça o filósofo, documentos como os de Léon Poliakov, Jean Borella e Litten Forst evidenciam essa agenda. A espiral do silêncio entra em cena exatamente aqui: para que esse novo culto seja implantado, é preciso silenciar, ocultar ou ridicularizar todas as vozes que possam desmascará-lo.

Silenciar para dominar: a lógica perversa da espiral

A espiral do silêncio, segundo Olavo, é um sistema perverso em que os opositores de determinada ideologia se calam — não por convicção, mas por medo do isolamento, do ridículo e do linchamento público. Enquanto isso, os adversários seguem falando e ocupando todos os espaços, moldando o senso comum e condicionando as futuras gerações.

Um exemplo tráfico são os próprios católicos e demais cristãos que, por covardia ou “espírito de obediência”, recusam-se a estudar, denunciar e combater erros doutrinais contemporâneos, preferindo esperar que a hierarquia eclesial diga o que fazer, enquanto os livros heréticos já foram lidos por milhões e os fiéis foram seduzidos sem que ninguém dissesse uma palavra.

A burrice clerical e o medo de pensar

Ao se recusar a enfrentar doutrinas perigosas ou refutar livros sedutores como os de René Guénon, muitos formadores católicos acreditam estar protegendo os fiéis. Mas o efeito é o oposto: criam um rebanho ignorante, frágil e indefeso diante do erro.

A fé verdadeira, insiste Olavo, não pode ser sustentada por medo, mas por amor à verdade e confiança na providência divina. pois, de acordo com ele, o Espírito Santo não é uma babá moralista — é o guia da inteligência que busca sinceramente a luz da Revelação. Quem não confia nisso, está condenado ao silêncio, à irrelevância e à derrota.

O exemplo de Borella: como derrotar um erro

Na parte final, Olavo elogia Jean Borella, que após uma fase de fascínio com o esoterismo oriental, volta-se à fé católica e produz uma crítica profunda e honesta à gnose moderna. Borella não silencia, ele responde. Refuta. Substitui. E como dizia Nietzsche — citado com ironia por Olavo — só se derruba o que se substitui.

Essa é a única forma de vencer a espiral do silêncio, de acordo com o velho, é falando mais, com mais clareza e com mais coragem do que os inimigos da verdade. Calar-se diante do erro, esperando ações de terceiros, seria o caminho certo para a servidão e para a extinção de qualquer influência moral e espiritual verdadeira.


P.S.: este vídeo foi clipado pelo canal Daniel Mota da aula ministrada do filósofo brasileiro datada de 30 de outubro de 2010 e publicado em 11 de janeiro de 2022.

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