Guilherme Freire - Thomas More, o homem que não vendeu sua alma

Guilherme Freire faz uma análise de Thomas More — o homem que não vendeu sua alma —, chanceler, juiz, advogado, filósofo, educador, mártir e uma das figuras mais impressionantes do Renascimento. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo originalmente publicado em 31 de julho de 2020, o professor em filosofia brasileiro Guilherme Freire faz uma análise da vida de São Thomas More (1478-1535), chanceler, juiz, advogado, pensador, educador, mártir e uma das figuras mais impressionantes do Renascimento.

Trata-se de uma interessante exposição onde se fala um um pouco sobre assuntos como Utopia, a bela peça de Robert Bolt (O Homem que não Vendeu sua Alma) e a Reforma na Inglaterra.

Thomas More: um homem multifacetado

São Thomas More viveu uma vida excepcionalmente rica e diversificada. Foi um exemplar pai de família dedicado, educador inovador — ensinando latim a suas filhas, algo incomum na época — e uma figura política de destaque como chanceler na Inglaterra de Henrique VIII. Além disso, teve uma intensa vida espiritual, realizando exercícios espirituais e buscando a perfeição na vida leiga.

Freire destaca o caráter completo de More, que representa o ideal renascentista de abraçar múltiplas áreas do conhecimento e da vida prática e também foi um exemplo de equilíbrio entre vida pública, familiar e espiritual.

A obra Utopia e sua crítica à sociedade

Guilherme Freire apresenta Utopia como uma obra cheia de ironias e lições. Embora frequentemente interpretada como uma descrição de uma sociedade ideal, Freire aponta que Thomas More a escreveu como uma crítica à sociedade de seu tempo. Ele compara a “cidade pagã virtuosa” descrita em Utopia com a sociedade cristã da época, destacando as falhas desta última.

Ao mesmo tempo, More deixa claro que a verdadeira sociedade cristã supera qualquer ideal pagão, sendo Utopia, portanto, uma reflexão sobre o quão distante a humanidade estava do ideal cristão, ressaltando a necessidade de reforma (não a protestante, evidentemente) e renovação.

A resistência à Reforma Protestante

Freire explora o papel de São Thomas More na oposição à Reforma Protestante, ressaltando o profundo desprezo de More por Martinho Lutero, a quem criticava veementemente, considerando suas ações como um “chute no balde” da Igreja. O santo, ao lado de intelectuais como Erasmo de Roterdã, buscava uma verdadeira reforma dentro da Igreja, focada na moralidade e no retorno às fontes.

No entanto, a ruptura de Henrique VIII com Roma colocou More em uma posição difícil. Como conselheiro e amigo do rei, More tentou manter o equilíbrio, mas recusou-se a reconhecer a supremacia do rei sobre a Igreja na Inglaterra. Sua firmeza em defender a autoridade do Papa, como todo bom católico, e a integridade da Fé católica levou à sua prisão, julgamento e, finalmente, martírio.

A peça O Homem que Não Vendeu Sua Alma

Freire recomenda a peça de teatro O Homem que Não Vendeu Sua Alma como uma representação poderosa da vida e dos dilemas morais enfrentados por Thomas More. Escrita por Robert Bolt, a obra destaca a coragem de More ao colocar sua consciência e fé acima das pressões políticas e sociais. Um filme de 1966 de mesmo nome (A Man for All Seasons, em inglês) baseado na peça também é citado como uma adaptação fiel e emocionante.

O legado de Thomas More

Thomas More é um exemplo atemporal de integridade, coragem e devoção à verdade cuja vida e obra continuam a inspirar gerações, oferecendo um modelo de vida cristã autêntica, política ética e intelectualidade equilibrada. Freire conclui enfatizando a importância de estudar a biografia de More e aprender com seu exemplo de fidelidade a Deus e à sua consciência.


O Guilherme Freire é um professor, conferencista, palestrante e mestre em filosofia brasileiro que já atuou como Secretário Adjunto da Secretaria Nacional da Juventude do Governo Federal e na Secretaria do Planejamento do Governo do Estado do Paraná, além de desempenhar várias outras atividades.

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