Descrição
Nesta live originalmente exibida em 14 de março de 2023, Guilherme Freire — professor, mestre, palestrante e conferencista em filosofia — não apenas afirma taxativamente que mentiram pra você (e todo mundo) sobre as Cruzadas, refutando vários desses mitos estapafúrdios disseminados por farsantes. Freire também compartilha e comenta a verdadeira história dessas campanhas militares que começaram como uma reação muito tardia a uns quatro séculos de invasão e ocupação maometana na Europa.
Tanto o vídeo como este post, que foi feito baseando-se na live, desafiam, com uma visão fundamentada, a ideia que alguns ainda têm de que as Cruzadas foram um movimento puramente imperialista e opressor por parte da cristandade contra muçulmanos pacíficos.
O contexto histórico das Cruzadas
Um dos primeiros mitos que Freire desmantela é a ideia simplória de que as Cruzadas foram um ataque injustificado a regiões islâmicas em paz., esclarecendo os fatos sobre esta reação tardia a cerca de quatro séculos de invasão muçulmana sobre territórios cristãos, como o Império Bizantino, o Egito, a Palestina e partes da Europa. Antes dessas invasões, essas regiões eram majoritariamente cristãs, e grande parte da população vivia sob o domínio do Império Bizantino, que preservava uma tradição cultural cristã.
Segundo Freire, o estopim das Cruzadas foi a solicitação de ajuda do imperador bizantino ao Papa, após a invasão muçulmana na Anatólia (atual Turquia). Isso representa um ponto crítico, mostrando que as Cruzadas não foram uma guerra de expansão, mas sim uma tentativa de recuperar territórios cristãos ocupados. Freire enfatiza que Jerusalém, a Síria, o Líbano e o Egito não eram terras muçulmanas originalmente, e as campanhas tinham o objetivo de reconquistar esses territórios.
Desmistificando a narrativa dominante
Freire aborda a narrativa popular de que os muçulmanos eram vítimas pacíficas e que os cruzados, motivados por interesses puramente econômicos e de dominação, invadiram suas terras. Essa visão é considerada uma”unilateralidade curiosa”, já que todos os viés são consistentemente contrários à civilização cristã. De acordo com Freire, essa deturpação histórica não leva em consideração que as Cruzadas, em sua essência, foram uma resposta ao expansionismo islâmico e uma tentativa de proteger os cristãos sob o domínio islâmico, que enfrentavam conversões forçadas e condições severas de cidadania de segunda classe, como a obrigatoriedade de pagar impostos discriminatórios.
A verdadeira natureza das Cruzadas
Um dos pontos mais importantes levantados na live é que, ao contrário das conquistas imperiais tradicionais, os cruzados não estavam interessados em criar colônias lucrativas ou explorar os territórios conquistados. Muitos cruzados voltaram para suas casas após a tomada de Jerusalém, evidenciando que a motivação principal não era o ganho econômico, mas sim a crença de que estavam participando de uma guerra santa.
A figura de Godofredo de Bulhões — um dos maiores heróis das Cruzadas, conhecido também por ter uma força física prodigiosa — ilustra essa mentalidade. Freire conta que, após a reconquista de Jerusalém, Godofredo recusou o título de “Rei de Jerusalém” e preferiu ser chamado de “Advogado do Santo Sepulcro”, mostrando sua devoção religiosa e a natureza espiritual do empreendimento cruzado. Godofredo disse que “não queria ser coroado com ouro onde Jesus o fora com espinhos”. Esse tipo de postura é apenas um dos exemplos históricos que mostram com esta visão novelística de que as Cruzadas foram meras campanhas imperialistas.
Abusos nas Cruzadas: uma visão crítica
Freire não nega que houve abusos durante as Cruzadas, mas coloca esses eventos em perspectiva, explicando que, como qualquer guerra medieval, as Cruzadas foram marcadas por violência e dificuldades. Ele discute casos como a Cruzada dos Plebeus, liderada por Pedro Eremita, que resultou em desastres e matanças, muitas vezes contra cristãos orientais. No entanto, ressalta que essa cruzada foi condenada tanto pela Igreja quanto pelos nobres.
O professor também aborda a Quarta Cruzada, muitas vezes criticada por ter culminado no saque de Constantinopla. Freire contextualiza esse evento, explicando que a animosidade entre latinos e bizantinos já existia devido a massacres de latinos em Constantinopla, e que o saque foi, em parte, motivado por traições internas dentro do Império Bizantino.
Um olhar equilibrado sobre as Cruzadas
Guilherme Freire conclui que a história das Cruzadas é muito mais complexa do que a narrativa simplificada apresentada pelos maconheiros e noveleiros, destacando que estas campanhas foram, em grande parte, motivadas por um ideal transcendente, sendo uma das primeiras guerras em que os combatentes lutavam por uma causa maior do que interesses políticos ou econômicos. Para Freire, a deturpação das Cruzadas está profundamente enraizada na rejeição moderna à civilização cristã.
Reflexões finais
Ao desmistificar essas narrativas fajutas anticristãs e oferecer um olhar mais detalhado sobre as Cruzadas, Guilherme Freire desafia seus espectadores a reconsiderarem o legado dessas campanhas. Longe de serem meras invasões imperialistas, as Cruzadas foram uma resposta legítima à ameaça islâmica sobre territórios cristãos. Ao reconhecer as complexidades e os ideais que impulsionaram essas guerras, podemos obter uma visão mais equilibrada e verdadeira de um dos períodos mais importantes da história medieval.
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Mais informações
- Duração: 1:01:30
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- Categorias: Comentários
- Canal: Guilherme Freire
- Marcador(es): Cristianismo, Cruzadas, Guilherme Freire, História, Idade Média
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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