Temos aqui a palestra completa, suas duas partes, pelo saudoso professor e economista José Monir Nasser (1957 – 2013) sobre A Ilha, a obra de Aldous Huxley tida como um contraponto ao seu trabalho distópico mais famoso, Admirável Mundo Novo (1932).
A Ilha (Island) é um manifesto e romance utópico de 1962 deste escritor inglês, a última obra do autor antes de sua morte em 1963. A obra narra a história de uma sociedade isolada no Oceano Índico, conhecida como Ilha Pala. Governada por princípios budistas e científicos, Pala contrasta profundamente com o mundo exterior dominado pelo consumismo e tecnocracia. A trama se desenrola através dos olhos de Will Farnaby, um jornalista enviado para a ilha, cuja visão cínica do mundo é desafiada pelas ideias progressistas e humanistas de seus habitantes. Através de debates filosóficos, experiências psicodélicas e reflexões profundas sobre a vida e a morte, Huxley explora temas de liberdade pessoal, espiritualidade e o papel da tecnologia na sociedade, tudo embalado sob uma alegada visão provocativa sobre o potencial e os limites das utopias humanas.
Huxley escreveu este romance em meio ao contexto cultural e histórico da época pós-Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria, refletindo um período de crescente preocupação com os impactos da industrialização, da tecnologia e do consumismo desenfreado. Huxley, influenciado pelo movimento contracultural emergente e pela busca por novas formas de espiritualidade e autoconhecimento, apresenta em A Ilha uma visão utópica que critica a alienação e a falta de valores humanos essenciais na sociedade contemporânea.
É interessante notar que enquanto Admirável Mundo Novo retrata uma distopia (muito similar aos dias atuais) onde a tecnologia é usada para controlar e manipular as pessoas – resultando em uma perda de individualidade e liberdade –, A Ilha apresenta uma utopia onde os avanços científicos são empregados de maneira mais humanística, promovendo o bem-estar espiritual e a autonomia pessoal. Ambos os livros exploram temas similares, mas com abordagens distintas, oferecendo críticas incisivas sobre os rumos possíveis da humanidade.
A obra teve um impacto significativo ao introduzir novas reflexões sobre utopias e distopias, além de explorar temas como espiritualidade, controle social e a interação entre ciência e ética. Sua abordagem provocativa para uma sociedade alternativa inspirou outros autores a explorarem conceitos semelhantes, tanto para criticar as tendências contemporâneas quanto para imaginar novos futuros possíveis. O romance também influenciou o desenvolvimento do gênero de ficção científica, contribuindo para o debate sobre os limites da tecnologia e os desafios éticos que surgem com avanços científicos. Assim, esta obra não apenas se destaca como uma obra singular, mas também como um ponto de partida para discussões futuras sobre o papel da humanidade no mundo moderno e além. Claro que não estamos fazendo juízo de valor sobre isso, muito menos afirmamos que estes seriam os melhores pilares sobre os quais se deveria construir uma sociedade.
Enfim, as duas partes da palestra, que juntas somam quase 5 horas de duração, encontram-se abaixo:
Parte 1
Parte 2
Estes vídeos sobre foram curados, preservados e providenciados pelo canal Mental Food, publicados originalmente em 6 de junho de 2018.
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Mais informações
- Duração: 4:47:38
- Visualizações: 5
- Categorias: Palestras
- Canal: Mental Food
- Marcador(es): Aldous Huxley, Cultura, José Monir Nasser, Literatura
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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