São João Nepomuceno e a inviolabilidade do segredo da Confissão

Padre Guido Mottinelli nos ensina sobre São João Nepomuceno e seu martírio, um poderoso testemunho da inviolabilidade do segredo da Confissão, absoluta e sagrado, até mesmo sob ameaças de tortura e morte. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo da Rede Século 21, o Padre Guido Mottinelli nos ensina um pouco da história de São João Nepomuceno, o que inclui o seu martírio, o qual é um poderoso testemunho a respeito da grave importância da inviolabilidade do segredo da Confissão, a qual deve ser absoluta até mesmo sob ameaça de morte.

Vemos que isso está de pleno acordo com o que diz o Catecismo da Igreja Católica a respeito do segredo de Confissão:

1467. Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas (71). Tão pouco pode servir-se dos conhecimentos que a confissão lhe proporciona sobre a vida dos penitentes. Este segredo, que não admite excepções, é chamado «sigilo sacramental», porque aquilo que o penitente manifestou ao sacerdote fica «selado» pelo sacramento.

O martírio do sigilo sacramental

São João Nepomuceno nasceu na Boêmia (atualmente parte da República Tcheca), no ano de 1345. Desde jovem demonstrou grande inteligência, piedade e dedicação aos estudos — sobretudo aos de Teologia. Foi ordenado sacerdote e nomeado pároco, ganhando destaque por seu zelo pastoral e sabedoria ao aconselhar os fiéis.

Sua reputação cresceu tanto que foi nomeado confessor da rainha da Boêmia. E é exatamente aí que começa o episódio central de sua história: o rei, tomado por ciúmes e desconfiança, exigiu que São João revelasse o conteúdo das confissões da rainha.

Diante da pressão, o sacerdote se manteve absolutamente fiel ao seu dever. Recusou-se terminantemente a violar o segredo da Confissão — mesmo com a ameaça explícita de tortura e morte. E foi exatamente isso que aconteceu: São João Nepomuceno foi brutalmente torturado e morto por se recusar a trair o sacramento.

Um testemunho que fala mais alto que a morte

Seu exemplo nos ensina que o verdadeiro sacerdote não pode jamais ceder à tentação de trair a confiança que os fiéis depositam no confessionário. Não existe justificativa, nem mesmo a ordem de um rei e muito menos outros parasitas estatais, que possa anular a obrigação do sigilo sacramental. Como o próprio padre Guido explica, o sacerdote não pode contar nada do que escuta em Confissão — nem ao bispo, nem ao papa, nem a ninguém. O segredo morre no momento em que o sacramento é celebrado.

E é justamente essa garantia que dá aos fiéis a confiança necessária para se abrirem diante de Deus. Saber que o sacerdote nunca poderá revelar o que foi dito ali permite que o pecador confesse até mesmo os pecados mais graves — sempre com a certeza de que será acolhido com misericórdia e que sua dignidade não será violada.

Um convite à Confissão frequente

O padre também faz uma exortação direta: não tenha medo de se confessar. A misericórdia de Deus é infinitamente maior que os nossos pecados. O segredo da Confissão é sagrado, e o sacerdote está ali não como juiz impiedoso, mas como ministro da reconciliação. Através do sacramento, podemos deixar para trás as trevas do passado e caminhar na luz da graça.

Seguindo o exemplo de São João Nepomuceno, todos somos chamados a dar o devido valor ao sacramento da Reconciliação e a confessar-nos com frequência — não apenas por obrigação, mas como parte de uma vida espiritual viva, ordenada e reconciliada com Deus.

Que São João Nepomuceno interceda por todos os sacerdotes, para que permaneçam fiéis ao seu ministério, e por todos nós, para que redescubramos a beleza e a força restauradora da Confissão sacramental.


P.S.: esse vídeo foi publicado originalmente ao dia 9 de maio de 2018, mas a festa de São João Nepomuceno é celebrada a 16 de maio, que por acaso é hoje. Mas isso é só um detalhe mesmo.

São João Nepomuceno, Mártir (+ Praga, 1383)

Natural da Boêmia, foi pregador na Corte de Venceslau IV, em Praga, sendo também confessor da rainha. O rei quis a todo custo obrigá-lo a revelar o que ouvira da rainha em confissão, e mandou torturá-lo de modo cruel, mas o Santo se recusou a violar o segredo sacramental e foi, por isso, lançado ao rio Moldávia, conquistando dessa forma a palma do martírio.

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