Olavo de Carvalho - Idolatria brasileira

Análise de Olavo de Carvalho obre a idolatria brasileira e a dificuldade de se admirar genuinamente no país, destacando como essa atitude reflete um padrão cultural marcado pela inveja e pela negação de legados. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Publicado originalmente em 19 de setembro de 2024, este corte do que parece ser uma aula do seu Curso Online de Filosofia traz uma análise afiada de Olavo de Carvalho (1947-2022) sobre a idolatria brasileira e a dificuldade de se admirar genuinamente no país, destacando como essa atitude reflete um padrão cultural marcado pela inveja e pela negação de legados.

A admiração como ato de amor

Para Olavo, a verdadeira admiração é um ato de amor que envolve reconhecer algo digno de atenção, algo que transcende as limitações comuns e nos faz bem. Contudo, destaca que essa admiração não é cega, mas considera as imperfeições do objeto admirado como parte do legado que ele deixa.

O filósofo explica que a admiração genuína só é possível quando entendida à luz do mandamento de “honrar pai e mãe”. Assim como herdamos qualidades e defeitos de nossos pais, cabe a nós não criticá-los, mas completar suas obras e sanar as lacunas que deixaram. Este é o verdadeiro ato de honra e gratidão.

O problema da admiração no Brasil

No Brasil, segundo Olavo, a admiração é frequentemente acompanhada por críticas automáticas, o que ocorre porque admitir a perfeição de algo ou alguém pode ser interpretado como idolatria. Esse comportamento cria um ambiente onde a inveja prevalece, e a crítica passa a ser uma forma de evitar a acusação de idolatrar. É aí que está a chave da questão.

Esse padrão cultural leva à chamada “admiração invejosa”, onde se reconhece o valor de algo, mas imediatamente se tenta diminuí-lo ou envenená-lo com restrições ou acusações. No contexto da arte e da cultura, Olavo observa como isso se manifesta em análises enviesadas e desproporcionais, especialmente quando o Ocidente é criticado por sua história e tradições.

Exemplo: a crítica a Shakespeare

Um dos exemplos utilizados por Olavo é o teatro de Shakespeare, frequentemente analisado por estudiosos modernos sob o prisma do racismo e de estereótipos, questionando se essas acusações realmente refletem a intenção do autor ou se são apenas projeções modernas. Mesmo que Shakespeare tenha representado personagens com visões negativas, como em Otelo, isso deve ser contextualizado dentro da narrativa e da época.

Olavo ressalta que essa “admiração enviesada” busca desqualificar figuras e obras do passado sem considerar os contextos históricos e culturais em que foram produzidas, enquanto a verdadeira admiração, envolve tanto a apreciação quanto o reconhecimento do legado que ainda precisa ser completado.

Idolatria e o desafio de reconhecer legados

Olavo argumenta que, no Brasil, há uma dificuldade de reconhecer os legados deixados por grandes obras e figuras do passado. Em vez de assumir a responsabilidade de completar o que foi deixado inacabado, muitos preferem criticar, negando a dívida histórica que possuem.

De acordo com este raciocínio, esta atitude refletiria uma perda de conexão com o verdadeiro sentido de admiração e respeito, algo essencial para o crescimento cultural e espiritual de uma sociedade.

Olavo conclui que a admiração não é um simples elogio, mas um ato de amor e responsabilidade. Aprender a admirar genuinamente significa reconhecer os legados que nos foram deixados, completá-los e honrá-los, ao invés de reduzi-los à inveja ou à crítica superficial.

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