Olavo de Carvalho fala sobre Freud e a interpretação de sonhos

Olavo de Carvalho fala sobre Freud e a interpretação de sonhos, fazendo considerações a respeito do consciente, ego, inconsciente e outros elementos relacionados e refuta algumas crenças a respeito de sonhos. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste trecho que parece ter sido tirado e alguma de suas aulas do seu Seminário de Filosofia, o professor Olavo de Carvalho (1947-2022) fala sobre Freud e a interpretação de sonhos, fazendo considerações a respeito do consciente, ego, inconsciente e outros elementos relacionados.

No decorrer de sua exposição, este filósofo brasileiro refuta algumas crenças a respeito de sonhos, inclusive afirmando categoricamente que a posição do Dr. Freud sobre isto é pura empulhação.

Segundo Olavo, a ideia de que existe algo chamado “psique”, estruturada por camadas inconscientes abaixo de uma casca consciente — ideia difundida a partir do século XIX, principalmente na tradição alemã e popularizada por Freud — é não apenas falsa, mas impossível. Para ele, é um absurdo pensar que uma criança, por exemplo, sinta fome, dor ou desconforto inconscientemente, pois, desde o início, ela age por consciência, mesmo que ainda não articulada ou conceitualmente desenvolvida.

Olavo também afirma categoricamente que “você não pode sonhar inconscientemente. É a sua consciência que está funcionando enquanto dorme”, pois a consciência onírica seria tão válida quanto a consciência de vigília, embora se manifeste de forma menos focada, mais caótica, sensível a estímulos aleatórios do ambiente e do próprio corpo. Assim, os sonhos não são enigmas a serem decifrados com uma “chave mestra”, como propôs Freud em sua A Interpretação dos Sonhos. Para Olavo, essa proposta freudiana é “empulhação da primeira à última linha”.

A multiplicidade de estímulos durante o sono — como barulhos, desconfortos, memórias, desejos, digestões, cheiros e mudanças térmicas — se manifesta em forma de imagens desordenadas, que são então minimamente conectadas pela imaginação, organização que, de acordo com Olavo, é ilusória: “você coloca uma ordem temporal e chama de sonho, mas aquilo tudo são elementos desconexos que apareceram em sequência, como se fosse uma história”.

Olavo também rebate a crença comum de que os sonhos são mensagens simbólicas a serem interpretadas segundo uma “chave universal”, mas refletem em primeiro lugar o estado atual do corpo, e só depois, se for o caso, conteúdos mais profundos. Sonhar que está em apuros pode ser apenas efeito de dormir com fome, ter má digestão, ou estar sob ondas eletromagnéticas de uma antena de wi-fi próxima. Tentar interpretar isso como um “complexo de Édipo”, de acordo com tal raciocínio, é infantil e ridículo.

É interessante como esta reflexão mais ou menos remete a outro trecho de Olavo, onde ele afirma que a imaginação, longe de nos afastar da realidade, é o que nos instala nela, que completa nossa percepção, antecipa possibilidades e ordena estímulos — que temos consciência plena da realidade e conseguimos formar ideias estáveis, como as da geometria ou da lógica. Assim, diz ele, “o mundo real não é composto simplesmente de matéria, mas de uma infinidade de dinamismos e potencialidades que estão se desenrolando o tempo todo”, e que só podem ser compreendidos pela imaginação em exercício contínuo.

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