Olavo de Carvalho – O irrefutável coelhinho da Páscoa

Olavo de Carvalho demonstra as falhas de lógica elementar em tipos de "argumentação" como "o irrefutável coelhinho da Páscoa" ou "a religião que tem que nos provar que Deus existe" ao responder um tal de "Glauber". Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Respondendo a um tal de “Glauber”, quem apareceu aí com jargões neo-ateístas tipo “a religião que tem que nos provar que Deus existe” ou “o irrefutável coelhinho da Páscoa“, o filósofo brasileiro Olavo de Carvalho (1947-2022) demonstra as falhas de lógica elementar nestes tipos de “argumentação”.

A inversão do ônus da prova

Olavo refuta o argumento de que é a religião que deve provar a existência de Deus, o que seria parte de uma inversão histórica e cultural dos fatos, pois todas as civilizações conhecidas, sem exceção, foram e são baseadas em alguma forma de crença religiosa. Portanto, a tese do teísmo não é uma “proposição nova”, mas a posição tradicional e majoritária da humanidade.

Assim o ônus da prova não estaria com quem professa a fé, mas com quem nega uma crença geral e universal. Quem contesta a crença é que deve justificá-la.

O mito do “Deus genérico”

Olavo critica a ideia de que religiões teriam começado a partir de uma abstração filosófica ou de um “Deus genérico”, o que seria um anacronismo grosseiro, visto que nenhuma religião histórica foi fundada com base em um conceito abstrato de divindade. Os deuses das religiões são sempre concretos, simbólicos e cheios de atributos particulares.

“Você acha que Moisés desceu do Sinai com uma tábua onde estava escrito ‘Deus genérico’?”

A falácia do coelhinho da Páscoa

Um dos pontos centrais do vídeo é quando Olavo responde à comparação entre Deus e o Coelhinho da Páscoa. O tal “Glauber” teria dito que “não se pode provar a inexistência de Deus, assim como não se pode provar a inexistência do Coelhinho da Páscoa”.

Olavo rebate com um argumento de lógica elementar: quando as propriedades atribuídas a um objeto são logicamente incompatíveis com sua definição, esse objeto é logicamente impossível. Por exemplo, se um coelho é definido como um animal comum, não é logicamente coerente dizer que ele sabe o endereço de todas as crianças do mundo. Logo, o Coelhinho da Páscoa, tal como definido, é logicamente impossível. Deus, por outro lado, é definido como um ser transcendente, portanto não se aplica a mesma lógica.

Os argumentos racionais da religião

Olavo lembra que a Igreja Católica, no auge de seu poder, começou a elaborar argumentos racionais para explicar a existência de Deus, como um reforço e não por estar acuada por dúvidas ou ameaças. Filósofos como Santo Tomás de Aquino não respondiam a um ateísmo em massa, pois este só ganharia algum fôlego séculos depois.

A origem da expressão “a religião é o ópio do povo”

Glauber ainda cita Marx e a expressão “a religião é o ópio do povo”, frase que, conforme explicado por Olavo, foi copiada por Karl Marx de Heinrich Heine. Ademais, é apontado que o próprio Marx era um homem pessoalmente desequilibrado, agressivo e profundamente ingrato, com uma história familiar trágica e um comportamento desumano com próximos e aliados.

A tentativa de usar Marx como autoridade moral ou intelectual é sinal de imaturidade intelectual e falha de caráter. É também burrice.


P.S.: este sensacional trecho foi tirado da aula de número 548 do Curso Online de Filosofia pelo canal Daniel Mota.

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