Descrição
Neste intrigante trecho de sua magistral palestra sobre A Traição dos Intelectuais, obra de Julien Benda, o saudoso professor e economista José Monir Nasser (1957 – 2013) explora o perigo do poder dos intelectuais e seus profundos impactos na sociedade.
Sua exposição argumenta que, embora os intelectuais desempenhem um papel crucial na orientação dos rumos humanos, também possuem a capacidade de desviar comunidades inteiras, tornando-se os mais temerários entre os grupos de influência.
A estrutura da sociedade e o papel dos intelectuais
Monir começa descrevendo a repartição de funções que organiza a sociedade humana:
- Orientadores (intelectuais): responsáveis por produzir ideias e direcionar os outros.
- Detentores do poder político: exercem controle concreto por meio de leis e instituições.
- Economistas e empresários: mantêm a estrutura econômica funcionando.
- A população em geral: se submete à autoridade desses três grupos.
Ele enfatiza que os intelectuais têm a missão de guiar e dar sentido às ações coletivas, mas essa posição de influência não implica automaticamente uma superioridade moral. Monir lembra que, ao longo da história, ideias produzidas por intelectuais foram usadas para justificar desde sistemas opressivos até genocídios, como o comunismo ou o nazismo.
O problema da má-fé intelectual
Um dos perigos apontados por Monir é a má-fé intelectual, quando pensadores utilizam seu poder para criar teorias que justificam práticas imorais, como o racismo ou a violência, citando que, no caso do nazismo, foram os intelectuais que, no início do século XX, disseminaram a ideia de que a vida humana era insignificante, criando um ambiente propício para atrocidades.
Essa capacidade de moldar as ideias que orientam a sociedade torna os intelectuais mais perigosos do que outros grupos. Enquanto políticos ou economistas operam no plano concreto, os intelectuais atuam no nível das ideias e valores, que têm efeitos duradouros e profundos.
A conexão entre ideias e progresso
Monir argumenta que o progresso econômico ou político de uma sociedade é um reflexo do progresso moral e axiológico, dando exemplos de países como Estados Unidos e Holanda, onde a classe intelectual está em diálogo direto com a econômica, mantendo o estado como mediador, e não como controlador.
Essa visão se aplica ao contexto brasileiro, onde Monir observa uma falta de elementos qualitativos que sustentem um projeto civilizatório. Há uma critica a visão de mundo quantitativa predominante no Brasil, argumentando que ela não é suficiente para construir uma civilização sólida.
O que podemos aprender com Julien Benda?
Monir utiliza o conceito central de Julien Benda em A Traição dos Intelectuais para alertar contra a instrumentalização do poder intelectual, cujo papel deve ser a busca pela verdade e pelo bem coletivo, e não a manipulação de ideias para atender interesses políticos ou econômicos.
Conclusão: o papel crítico dos intelectuais
José Monir Nasser encerra sua reflexão destacando que, para uma sociedade prosperar, é essencial que os valores humanos e morais sejam cultivados e valorizados acima de qualquer outra coisa. O poder intelectual, quando bem direcionado, pode transformar positivamente a civilização; no entanto, quando guiado por má-fé ou interesses egoístas, torna-se uma das maiores ameaças ao progresso.
P.S.: este clipe foi providenciado pelo canal Ewerton Kleber e publicado originalmente em 15 de setembro de 2018.
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Mais informações
- Duração: 08:50
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- Categorias: Curtos
- Canal: Ewerton Kleber
- Marcador(es): José Monir Nasser
- Publicado por: Equipe Direita Realista
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