Guilherme Freire – Existe moral sem religião?

Guilherme Freire aborda a questão se existe moral sem religião, refutando mitos neo-ateístas, incluindo os referente a países considerados irreligiosos com altos índices de desenvolvimento humano. Também sugere leituras pra se aprofundar no assunto. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Nesta live exibida originalmente ao dia 27 de março de 2023, Guilherme Freire aborda a questão de que se existe moral sem religião, refutando vários mitos neo-ateístas, incluindo os referente a países considerados irreligiosos com altos índices de desenvolvimento humano, mostrando não apenas as verdadeiras origens dos reais bons valores praticados nestes, como também os problemas que a falta da religião vem, mais ou menos lentamente, causando nestes lugares.

Freire usa argumentos filosóficos e históricos para sustentar suas posições no tocante a esse assunto. Tópicos interessantes como direito natural, moral religiosa, ética, moral, o caráter religioso do progressismo, origens esotéricas de pensamentos ateístas também foram debatidos. Ele também compartilha fontes e recomenda literatura (incluindo Daniel-Rops e Tom Woods) para quem deseja se aprofundar mais sobre esse tema e os que se relacionam ao mesmo.

Mais do que negar afirmações cretinas, ele explica as verdadeiras raízes dos valores morais praticados nesses locais e aponta os problemas que a perda gradual da religião tem gerado.

A ilusão dos países “irreligiosos”

Freire cita exemplos de países nórdicos frequentemente apontados como sociedades “sem religião” e que teriam alcançado altos padrões de vida, mas, no entanto, mostra que esses locais foram moldados durante séculos pela tradição cristã, absorvendo conceitos como caridade, dignidade da pessoa humana e responsabilidade moral — conceitos que não emergem naturalmente em culturas pagãs ou materialistas. Assim, mesmo que o nível de prática religiosa tenha diminuído recentemente, a base moral cristã ainda sustenta as estruturas sociais.

A decadência moral nos países secularizados

Ao analisar o presente, Freire aponta que os países que abandonaram suas raízes religiosas já estão sofrendo graves consequências: crises familiares, queda vertiginosa das taxas de natalidade, crescimento do suicídio, isolamento social e confusões morais generalizadas. Tais sintomas revelam que uma sociedade não consegue perpetuar uma ordem moral elevada apenas na base de valores abstratos ou construções racionais desprovidas de transcendência.

O direito natural e a moral religiosa

Freire apresenta a distinção entre ética (racional) e moral (social), mostrando que, embora existam “leis naturais” acessíveis pela razão, historicamente foram reconhecidas e sustentadas principalmente através da religião, que, diante do exposto, seria a grande força de manutenção da moral no imaginário e na prática social.

O progressismo como religião substituta

Outro ponto importante abordado por Freire é que o progressismo contemporâneo, embora se declare “científico” ou “secular”, funciona como uma religião substituta, inclusive com dogmas, santos, pecados e rituais. A ausência de uma religião transcendente não extingue o anseio humano por sentido e justiça absoluta; apenas o redireciona para doutrinas ideológicas que tentam suprir essas necessidades de maneira deturpada.

As origens esotéricas do ateísmo contemporâneo

Como já dito, Freire também destaca que boa parte das correntes ateístas modernas não surgiram de um racionalismo puro, mas sim de movimentos esotéricos e ocultistas. Ou seja, a rejeição da religião tradicional teria sido muitas vezes acompanhada de crenças alternativas em mistérios, “forças universais” e outras construções pseudorreligiosas.

Sugestão de leituras

Também, como já dissemos, para aqueles que desejam se aprofundar mais sobre o assunto, Guilherme Freire recomenda autores como Daniel-Rops — que faz uma excelente reconstituição histórica da cultura cristã — e Tom Woods, com sua obra Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental, que desmistifica as narrativas populares sobre o “atraso” medieval e mostra como valores e instituições essenciais para a modernidade surgiram a partir da matriz religiosa cristã.

Conclusão

Em resumo, Freire demonstra que a moral sem religião é historicamente rara e filosoficamente frágil. Os valores que hoje ainda sustentam partes da sociedade contemporânea foram gestados sob a luz da religião, especialmente a cristã, e acreditar que tais valores possam subsistir indefinidamente sem a religião que os nutriu é uma ilusão perigosa que, na prática, está se desfazendo diante de nossos olhos.


Pra quem não conhece, Guilherme Freire é um professor, conferencista e palestrante em filosofia. Dentre outras atuações, atuou como Secretário Adjunto da Secretaria Nacional da Juventude do Governo e na Secretaria do Planejamento do Governo do Estado do Paraná.

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