Os três heróis de Chernobyl (Vídeo)

Vídeo do Canal Assombrado que fala sobre os três heróis de Chernobyl que evitaram que as consequências de um dos piores acidentes nucleares da história se multiplicasse e vitimasse milhões de pessoas. Acesse aqui a descrição completa.


Descrição

Este é um vídeo do Canal Assombrado que fala sobre os três heróis esquecidos de Chernobyl, Alexei Ananenko, Boris Baranov e Valeriy Bezpalov, os homens que se voluntariaram para uma missão suicida a fim de evitar que as consequências de um dos piores acidentes nucleares da história se multiplicasse, espalhasse pela Europa e vitimasse milhões de pessoas.

Depois que o incêndio em Chernobyl foi finalmente controlado e os milhares de militares da reserva e trabalhadores convocados pela União Soviética para “liquidar o problema” da emissão de radiação fizeram seu trabalho, além do ar contaminado, a água acumulada nas piscinas de segurança sob o reator, conhecidas como piscinas de bolhas, também foram gravemente prejudicadas. Tais piscinas achavam-se em dois níveis inferiores e sua função era conter a água no caso de ser preciso esfriar emergencialmente o reator, e já estavam transbordando. Sobre elas, encontrava-se o reator aberto, fundindo-se lentamente em forma de lava de cúrio a 1.660 ºC. Em qualquer momento, esta lava poderosamente radioativa iria começar a cair sobre a piscina, provocando assim uma ou várias explosões de vapor que projetariam na atmosfera centenas de toneladas desta substância. Isto teria multiplicado em grande escala a contaminação provocada pelo acidente, destruindo o lugar e afetando gravemente toda a Europa. Além disso, a mistura de água e cúrio radioativos escaparia e se infiltraria no subsolo, contaminando os lençóis e pondo em grave risco o abastecimento da cidade de Kiev, então com dois milhões e meio de habitantes.

As piscinas deveriam ser esvaziadas de maneira controlada. No entanto, com seus sistemas de controle destruídos, a única maneira agora era manualmente. O problema é que as válvulas estavam sob a água, dentro da piscina, perto do fundo cheio de escombros altamente radioativos. Assim, alguém teria que ir a pé até o reator exposto e ardente, através de uma intensa radioatividade que bronzeava a pele em segundos, e submergir na água contaminada a um nível letal para abrir as válvulas na mão. Era uma viagem só de ida.

Ao que parece, a decisão de quem partiria nesta missão, que já era difícil e perigosa até em circunstâncias normais, tomou-se com uma frase muito simples:

– Eu irei.

Os dois voluntários eram engenheiros nucleares, Alexei Ananenko e Valeriy Bezpalov. Alexei Ananenko era um prestigiado tecnólogo da indústria nuclear soviética e participara extensivamente no desenvolvimento e construção do complexo de Chernobyl. Ele cooperou no desenho das eclusas e sabia exatamente onde estavam as válvulas. Era casado e tinha um filho. Valeriy Bezpalov era um dos engenheiros que trabalhavam na central, ocupando um posto de responsabilidade no departamento de exploração. Também era casado e tinha uma menina e dois meninos de poucos anos.

Enquanto vestiam suas roupas de mergulho, sentados num banco, concluíram que precisariam de um ajudante para segurar a lâmpada subaquática desde a borda da piscina enquanto eles fossem trabalhar nas profundidades. E olharam aos olhos dos homens que tinham ao redor. Então, um deles, um jovem trabalhador da central, sem família, chamado Boris Baranov, se levantou e disse aquela outra simples frase:

– Eu irei com vocês.

No meio da manhã, os três tomaram um gole de vodka para se encorajar, pegaram as caixas de ferramentas e começaram a andar em direção à lava radioativa. Os três camaradas caminharam mil e duzentos metros, enquanto viam como a sua pele se escurecia lentamente, suas mentes ficavam confusas, sentiam na boca cada vez mais o sabor de urânio causando náuseas e sentindo agulhadas na pele, efeitos de uma radiação de 5.000 mR por hora.

Apesar destas condições, eles tiveram sucesso. Um milhão de metros cúbicos de água radioativa começou a jorrar para um reservatório seguro preparado para isso. Os três heróis de Chernobyl haviam salvado a Europa e milhões de pessoas a milhares de quilômetros ao redor, num frio dia de abril.

Há versões contraditórias sobre o que aconteceu depois. A mais tradicional diz que jamais regressaram e que ainda estão sepultados lá. A mais provável é que conseguiram sair da piscina. Também dizem que até recuperaram os seus corpos, embora não as suas vidas, morrendo pouco depois de síndrome de radioatividade extrema nos hospitais de Kiev e Moscou. Uma outra versão quase impossível sugere que Ananenko e Bezpalov morreram, mas Baranov conseguiu sobreviver e anda ou andou um tempo por aí.

Não circulam fotos, superproduções de Hollywood e nem mesmo muitas menções aos nomes destes três heróis que caminharam para a morte conscientemente a fim de salvar inúmeros de seus semelhantes, mas certamente deixaram um exemplo de responsabilidade, honra e amor ao próximo.

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