Guilherme Freire – Análise do filme Conclave

Guilherme Freire traz uma análise contundente e interessante do filme Conclave, um thriller político de 2024 com méritos técnicos e estética primorosa, mas com conteúdo bizarro e inverossímil e intelectualmente covarde. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo publicado originalmente em 29 de abril de 2025, Guilherme Freire traz uma análise contundente e interessante do filme Conclave, um thriller político de 2024 onde um cardeal organiza um conclave para eleger o próximo papa e se vê investigando segredos e escândalos sobre os principais candidatos.

A obra foi baseada no romance homônimo de 2016 de Robert Harris, dirigida por Edward Berger e escrita por Peter Straughan. O filme é estrelado por Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Sergio Castellitto e Isabella Rossellini.

Um filme com estética primorosa… e conteúdo bizarro

Freire reconhece os méritos técnicos do filme — como a reconstituição dos ritos do conclave, o figurino e a fotografia —, mas aponta uma virada drástica no conteúdo: a partir do momento em que entra a representação da Igreja e dos cardeais, tudo se perde em caricatura ideológica: Conclave não é sobre esta instituição, mas sobre a projeção dos delírios do secularismo progressista sobre ela.

A eleição papal é retratada como uma eleição americana, com disputas político-partidárias, escândalos fabricados e discursos pautados por chavões como “intolerância” e “progresso”. Os candidatos refletem caricaturas ideológicas:

  • O cardeal Belini, progressista americano, é quase um panfleto de campanha.
  • O cardeal ADM, tradicional africano, é envolvido num escândalo sexual forjado.
  • O cardeal Tedesco, conservador tradicionalista, é apresentado como um bufão intolerante.
  • O cardeal Benites, supostamente da periferia do mundo, é eleito — e o final revela que ele é hermafrodita, com direito a fala sobre ovários. Bota bizarro nisso.

Freire observa que o filme nem tenta retratar coerentemente argumentos tradicionais: quando precisa descartar uma candidatura conservadora, inventa escândalos. Quando precisa promover uma alternativa “inovadora”, abraça o inverossímil.

Crítica profunda à visão secular da Igreja

Guilherme Freire rebate duramente a ideia de que a Igreja deva “se adequar ao mundo”, como defende o filme, visão que evidentemente inverte a realidade, pois não é Cristo quem deve se adequar ao mundo, mas o mundo que deve se dobrar a Cristo, Rei de todas as nações.

A análise reforça a missão sobrenatural da Igreja e do Papa — vigário de Cristo na terra, zelador da fé, não um ativista político — e desmonta a ideia de que “a Igreja não é a tradição”. Para Freire, a tradição é justamente o depósito da fé, a ação contínua do próprio Cristo na história, sem a qual a Igreja não teria propósito algum.

Renascimento católico real x ficção secularizada

Apesar da tentativa do filme de pintar a Igreja como ultrapassada e cheia de escândalos, Freire observa o oposto no mundo real: há um renascimento católico em curso, especialmente entre os jovens. Cita o crescimento do número de conversões, o aumento de fiéis assistindo à missa online às 4 da manhã (especialmente com o Frei Gilson!), o ressurgimento do interesse pela tradição, pela teologia tomista, pelas Sagradas Escrituras, pela Catena Áurea, pela história da Igreja e pelos santos.

As pessoas querem de volta os valores do Ocidente que foram destruídos por três grandes revoluções: a Revolução Francesa, a Revolução Russa e a Revolução Cultural. Essas prometeram o paraíso na Terra, mas entregaram foi uma amostra do próprio inferno.

Aponta que os verdadeiros “escandalosos”, em sua maioria, são os que querem desconstruir a doutrina da Igreja, e que muitos dos cardeais mais tradicionalistas são pessoas de oração, austeridade e fidelidade à fé.

Conclusão

Freire resume: Conclave é um filme tecnicamente bem produzido, mas intelectualmente covarde, incapaz de apresentar com honestidade o ponto de vista da tradição católica, porque sabe que, feito isso, o público simpatizaria mais com a fé verdadeira do que com a doutrina progressista das “lacrações”.

“Se o Papa é só um político e a Igreja só uma ONG com mitra, então qual o sentido de ser católico?” — essa é a pergunta que o filme evita a todo custo, mas que seu fracasso argumentativo escancara. Freire conclui recomendando leitura séria e sólida da tradição católica e aproveita o momento de interesse renovado pelo Corpo Místico de Cristo para convidar à redescoberta da Fé verdadeira.


Pra quem não conhece, Guilherme Freire é um professor, conferencista e palestrante em filosofia. Dentre outras atuações, atuou como Secretário Adjunto da Secretaria Nacional da Juventude do Governo e na Secretaria do Planejamento do Governo do Estado do Paraná.

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