Guilherme Freire – Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, traduzido por J. R. R. Tolkien

Guilherme Freire faz uma análise de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde traduzido com maestria por J. R. R. Tolkien, um dos maiores clássicos da literatura medieval e um exemplo ímpar das lendas arturianas, repleto de simbolismo e dilemas morais. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Neste vídeo publicado originalmente em 20 de julho de 2020, o professor Guilherme Freire nos apresenta uma análise fascinante de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, um dos maiores clássicos da literatura medieval — especialmente, mas não exclusivamente a britânica — traduzido com maestria por J. R. R. Tolkien.

Segundo o apresentado, este poema é um exemplo ímpar das lendas arturianas, repleto de simbolismo cristão e dilemas morais atemporais.

A história: desafios e provações de Gawain

Ambientado na corte do Rei Arthur durante as festividades de Natal, o poema inicia-se com a chegada do Cavaleiro Verde, uma figura imponente e misteriosa que propõe um desafio incomum: qualquer cavaleiro pode golpeá-lo com um machado, desde que, em um ano, receba um golpe equivalente.

Gawain, sobrinho de Arthur, aceita o desafio e decapita o Cavaleiro Verde. Para sua surpresa, o adversário levanta-se, pega a própria cabeça e lembra Gawain de cumprir sua parte no acordo dentro do prazo estipulado, misterioso evento que dá início a uma jornada repleta de provações físicas, morais e espirituais para Gawain, que culmina em um encontro decisivo na Capela Verde.

A simbologia cristã: a armadura de Gawain

Freire destaca a profundidade cristã da obra, visível em elementos como o escudo de Gawain, que traz o pentagrama como símbolo das cinco chagas de Cristo, e a imagem de Nossa Senhora, representando a pureza e a intercessão divina. Durante sua jornada, Gawain recorre aos sacramentos da Confissão e Eucaristia e à Santa Missa, demonstrando sua devoção e busca por fortalecimento espiritual.

A jornada de Gawain não é apenas uma prova de coragem, mas também de e virtude, enfrentando tentações, como as investidas da sedutora Lady Bertilak, e desafios éticos, como a aceitação de um cinto encantado que promete protegê-lo, mas que viola sua fé ao recorrer a um artifício pagão.

O desfecho: lições de humildade e penitência

Ao final, Gawain descobre que o Cavaleiro Verde é, na verdade, Lord Bertilak, transformado por um feitiço de Morgana Le Fay, uma figura central nas lendas arturianas. O golpe que Gawain recebe na Capela Verde não o mata, mas deixa uma marca que simboliza sua falha moral ao aceitar o cinto encantado.

Essa marca torna-se um lembrete permanente de sua vulnerabilidade e o inspira a buscar maior virtude e humildade. Como Freire aponta, o poema ilustra a tensão entre as virtudes cristãs e os códigos de cavalaria, destacando a importância da fé sobre as convenções humanas.

A genialidade da tradução de Tolkien

Freire também enfatiza a contribuição de J. R. R. Tolkien para a popularidade de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde. Esta tradução preserva a beleza poética e o simbolismo profundo do texto original, tornando-o acessível a novos leitores e reforçando sua relevância como obra-prima da literatura da Idade Média.

Recomendações e reflexões finais

Freire conclui o vídeo recomendando a leitura da obra e alertando para as possíveis distorções em adaptações cinematográficas, ressaltando que a verdadeira riqueza de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde está na sua capacidade de unir os ideais cristãos à narrativa épica, tornando-o um clássico atemporal.


Guilherme Freire é um professor, mestre, palestrante e conferencista em filosofia. Dentre outras ocupações, além da publicação de conteúdos interessantes como esse e os cursos que atualmente ministra, já atuou nas esferas federal e estadual da educação e planejamento.

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