Guilherme Freire – Netflix, desmoralização e o herói perdido

Guilherme Freire comenta sobre o tema que envolve Netflix, desmoralização e o herói perdido, no que isso se relaciona com a epidemia atual de desânimo existencial e ignorância e o que podemos fazer para sair disso. Acesse aqui a descrição completa.


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Descrição

Nesta live realizada em 23 de novembro de 2023, Guilherme Freire, utilizando o serviço de streaming Netflix como ponto de partida, comenta sobre o tema que envolve a desmoralização e o herói perdido na cultura pop e até na cultura em geral, no que isso se relaciona com a epidemia atual de desânimo existencial e ignorância e o que podemos fazer para sair disso.

Freire, com uma abordagem direta e analítica, alerta para os perigos de como a cultura pop moderna, impulsionada por plataformas como a Netflix, molda nossas percepções de moralidade, heroísmo e até de nós mesmos. Abordando tópicos profundamente interligados com a crise existencial que afeta muitos nos dias atuais, aponta que, enquanto consumimos passivamente horas de entretenimento, também somos influenciados por uma narrativa subliminar de desmoralização e passividade.

A desmoralização na cultura contemporânea

Um dos pontos centrais da live é o conceito de desmoralização, algo que estaria acontecendo em grande escala e de forma sistemática. Citando estatísticas e experiências pessoais, Freire identifica que muitos jovens e adultos estão presos em uma “nuvem de ignorância e desânimo”, estado descrito como uma perda de ânimo e força moral alimentado pela constante exposição a conteúdos que minam a figura do herói e promovem um estilo de vida de satisfação imediata e superficial.

A exposição menciona o impacto da “cultura do streaming” que, embora ofereça entretenimento, também dissemina uma visão de mundo que favorece a passividade, sendo que séries e filmes atuais raramente promovem virtudes como coragem, sacrifício ou heroísmo — qualidades essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade saudável. Em vez disso, há uma tendência a retratar vilões e heróis de maneira superficial e ideologizada, com uma desconstrução do heroísmo tradicional e/ou uma inversão dos papéis de bem e mal.

O herói perdido na cultura moderna

Para Freire, o arquétipo do herói — aquele que, na tradição ocidental, representa o esforço moral e a superação de desafios em prol do bem comum — foi diluído pela cultura atual, argumentando que as plataformas de streaming selecionam contra histórias de heroísmo, virtude e religião, promovendo em seu lugar uma visão cínica e desconstruída da realidade. E isso não é nem tão novo assim. O herói, que antes servia como modelo aspiracional, agora é muitas vezes representado como problemático, imperfeito e sem capacidade de verdadeira superação.

Guilherme faz um paralelo entre essa desconstrução e o impacto que ela tem na formação dos jovens. A ausência de figuras heroicas positivas resultaria em uma geração que não acredita em sua própria capacidade de transformação e sacrifício. A consequência disso é um ciclo de desânimo e conformismo, no qual as pessoas perdem a capacidade de enfrentar desafios reais, sejam eles pessoais, profissionais ou espirituais.

A epidemia de desânimo existencial

Outro tema central da live é a epidemia de desânimo existencial que Freire observa em muitas pessoas ao seu redor e sugere que essa crise é uma consequência direta da desmoralização promovida pela cultura popular. Ao eliminar o heroísmo e a moralidade das narrativas, o entretenimento moderno desvaloriza a busca por sentido e propósito, deixando os indivíduos sem uma direção clara.

Freire propõe que a solução para essa crise passa por resgatar o arquétipo do herói em nossas vidas cotidianas. Ele defende que o verdadeiro heroísmo não reside em conquistas grandiosas, mas em ações diárias impregnadas de moral e força. Cada um de nós, ao buscar viver com integridade e propósito, pode combater essa maré de desmoralização e ajudar a reconstruir uma cultura baseada em virtudes.

O que podemos fazer?

Guilherme Freire conclui a live com um chamado à ação, sugerindo que, para sair desse ciclo de desmoralização, é necessário reconquistar a nossa força moral. Isso envolve a adoção de práticas diárias que promovam o bem-estar espiritual, físico e mental, e que nos preparem para enfrentar os desafios do mundo moderno.

Há uma ênfase na importância de cultivar virtudes clássicas — como coragem, responsabilidade e autodisciplina — e de sermos exemplos de heroísmo em nossas próprias vidas. Isso significa resistir à tentação de nos acomodarmos ao que é fácil ou popular e, em vez disso, abraçar o sacrifício necessário para sermos verdadeiros agentes de mudança, tanto em nossas comunidades quanto em nós mesmos.


Guilherme Freire é um conferencista e palestrante em filosofia brasileiro que já atuou mas esferas federal, estadual e privada da educação e planejamento.

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