Ben Shapiro – Por que o Ocidente deu tão certo? (Vídeo)

Ben Shapiro explica por que o Ocidente deu tão certo, uma pergunta bastante simples, embora recentemente tenha se tornado um crime fazê-la em voz alta. Acesse aqui a descrição completa.


Descrição

Neste vídeo traduzido e legendado em português brasileiro pelos Tradutores de Direita, o advogado, comentarista político, escritor e radialista americano Ben Shapiro explica por que o Ocidente deu tão certo, uma pergunta bastante simples, embora recentemente tenha se tornado um crime fazê-la em voz alta.

Isto foi na ocasião do lançamento de um de seus livros, O Lado Certo da História, quando fez um vídeo na Prager University para responder o que diferencia o Ocidente do resto da história humana.

Esta versão PT-BR do vídeo foi publicada originalmente no canal dos Tradutores de Direita em 10 de abril de 2019.

Transcrição do vídeo

Civilização Ocidental. Ela existe há um tempo, mas de repente todos estão falando dela. Alguns anseiam salvá-la; outros adorariam que ela desaparecesse.

Mas o que é exatamente a Civilização Ocidental? São as grandes catedrais da Europa ou os campos de concentração nazistas? É a liberdade garantida pela constituição dos EUA ou a escravidão? Remédios que salvam vidas ou gases tóxicos?

A esquerda gosta de focar no que é ruim — genocídio, escravidão, destruição do meio ambiente. Mas estes aspectos estiveram presente em todas as civilizações, desde os tempos mais antigos.

Os aspectos positivos são únicos do Ocidente. Tolerância religiosa, abolição da escravatura, direitos humanos universais, o desenvolvimento do método científico: essas são conquistas de um escopo e grandeza que somente o Ocidente pode reivindicar.

Essas não são as únicas realizações que tornam o Ocidente especial e unicamente bem-sucedido. Com a evolução do pensamento ocidental, foram garantidos os direitos das mulheres e minorias, bilhões de pessoas saíram da pobreza, e a maior parte do mundo moderno foi inventada.

O progresso não tem sido uma linha reta, claro. Mas o panorama da história é claro. A prova mais óbvia é que o mundo é majoritariamente ocidental. E, com raras exceções, as partes que não são, aspiram ser.

Por que? Por que a Civilização Ocidental tem sido tão bem sucedida? Existem muitas razões, mas o melhor lugar para começarmos é com os ensinamentos e filosofias que surgiram em duas antigas cidades: Jerusalém e Atenas.

Jerusalém representa a revelação religiosa expressada na tradição judaico-cristã: as crenças de que um Deus bom criou um universo ordenado e que esse Deus exige um comportamento moral da sua criação suprema, o homem.

A outra cidade, Atenas, representa a razão e a lógica expressada pelos grandes pensadores gregos Platão, Aristóteles e muitos outros. Essas duas maneiras de pensar — revelação e razão — vivem em constante tensão.

A religião judaico-cristã postula que existem algumas verdades fundamentais entregues para nós por um ser transcendente. Nós não inventamos essas verdades; nós as recebemos de Deus. As regras que Ele nos entregou são vitais para a construção de uma civilização funcional e moral, e o caminho para uma vida feliz.

O pensamento grego postula que só alcançamos a verdade através de observações, testes e medições. Não é a fé, mas, sim, os fatos, que guiam nosso entendimento e nossa exploração do universo. A Civilização Ocidental, e somente a Civilização Ocidental, encontrou um modo de balancear a crença religiosa e a razão humana.

É assim que este balanço funciona.

A tradição judaico-cristã ensina que Deus criou um universo ordenado e que nós temos a obrigação de tentar fazer o mundo melhor. Isso nos dá um propósito e indica que a história está sempre avançando.

A maioria das religiões pagãs ensinou o contrário: que o universo é ilógico e aleatório, e que a história é cíclica. A história se repete indefinidamente — e neste caso, por que se preocupar em inovar ou criar algo novo?

Em segundo lugar, a tradição judaico-cristã ensina que todo ser humano é criado à imagem de Deus; isso significa que a vida de todo indivíduo é infinitamente valiosa. Isso parece antevidente para nós agora, mas somente porque nós vivemos com esta crença por muito tempo.

A crença mais natural é a de que os fortes devem subjugar os fracos — que é exatamente o que as pessoas fizeram em praticamente todas as sociedades por toda a história. Apenas ao reconhecer o divino nos outros que deixamos para trás este pensamento amoral e nos preocupamos com direitos humanos, democracia e livre mercado que caracterizam o Ocidente.

Mas a religião judaico-cristã não construiu nossa sociedade moderna sozinha. Nós também precisamos da razão grega para nos ensinar a observação objetiva: que o homem tem a capacidade de buscar respostas além da revelação. A razão grega nos trouxe a noção da lei natural: a ideia de que podemos descobrir o propósito natural — o telos — de tudo na criação ao observar o seu caráter.

Seres humanos foram criados com a capacidade única da razão; por isso, nosso telos é a razão. Ao investir tanto na razão, o pensamento grego se tornou parte integral da missão ocidental. Isso se expressa mais perfeitamente na Revolução Americana, onde os Pais Fundadores pegaram o melhor do Iluminismo europeu, com suas raízes no pensamento grego, e as melhores práticas judaico-cristãs, com suas raízes na Bíblia, e as fundiram criando uma filosofia política completamente nova.

Sem os valores judaico-cristãos, nós caímos no materialismo científico — a crença de que a matéria física é a única realidade — e portanto também caímos no niilismo — a crença de que a vida não tem significado, que somos mera poeira de estrelas em um universo frio.

Sem a razão grega, nós caímos no fanatismo — a crença de que a aderência fundamentalista a princípios que não podem ser provados é o único caminho possível em busca de um significado. A União Soviética, a China comunista e outras tiranias socialistas rejeitaram a fé e assassinaram 100 milhões de pessoas no século XX.

A maior parte do mundo muçulmano abraçou a fé, mas abandonou a razão. Vale lembrar que quando o mundo muçulmano abraçou a razão grega entre os séculos VIII e XIV, eles se tornaram um centro líder em desenvolvimento científico. Então, novamente, nós precisamos de ambos.

Jerusalém e Atenas. Revelação e razão. Mas muitos ainda rejeitam ambos. São pessoas que se chama “progressistas“.

Ironicamente, eles querem nos levar ao passado, a um tempo em que os homens não eram governados nem pela razão nem pela fé, mas por sentimentos, portanto de volta a um tempo de caos moral e desordem, de sentimentos que se sobrepõem a fatos. Seria um erro fatal seguir os “progressistas”.

Fique com Atenas e Jerusalém.

Eu sou Ben Shapiro, editor do “The Daily Wire” e autor de “The Right Side of History” para a Prager University.

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