A história de São Vicente de Lérins

A história de São Vicente de Lérins, o grande pensador, teólogo e místico do Século V que escreveu o Commonitorium, um manual de regras para se viver plenamente o Evangelho e combater o pelagianismo, uma nefasta heresia que negava o pecado original. Acesse aqui a descrição completa.


Classificação: 0 / 5. Votos: 0

Descrição

Este vídeo originalmente publicado em 22 de maio de 2022 no canal Virtude Plena nos conta um pouco da história de São Vicente de Lérins, o grande pensador, teólogo, místico e abade do Século V que escreveu o Commonitorium, um manual de regras para se viver plenamente o Evangelho e também para combater o pelagianismo, uma nefasta heresia que negava o pecado original.

Sua vida e escritos são um verdadeiro guia para manter a fé católica íntegra e autêntica, livre de inovações destruidoras e modismos doutrinários.

Monge, pensador e modelo de ortodoxia

As informações sobre a juventude de São Vicente são escassas, mas tudo indica que tenha sido militar antes de abandonar a vida mundana em busca da santidade. Já em idade avançada, retirou-se ao mosteiro de Lérins, na Provença (França), e lá foi ordenado sacerdote e posteriormente eleito abade. A comunidade, um verdadeiro celeiro de bispos e santos, era marcada pela austeridade, formação intelectual sólida e profunda espiritualidade.

Vicente destacou-se por sua defesa corajosa da tradição católica diante das heresias que infestavam o cristianismo em sua época. Ele acreditava firmemente no progresso legítimo da fé, desde que este fosse fiel ao que sempre se acreditou “em todo lugar, sempre e por todos” — fórmula clássica que cunhou em sua obra mais conhecida.

Commonitorium: um manual contra heresias

Escrito em 434, o Commonitorium, também conhecido como “Manual de Advertência”, é sua obra-prima e uma verdadeira joia da literatura patrística. Nele, São Vicente propõe critérios simples e seguros para distinguir a doutrina verdadeira da falsa, com base na tradição viva da Igreja, rejeitando qualquer inovação arbitrária ou desviante da fé apostólica.

Trata-se de um texto acessível e profundo ao mesmo tempo, valorizado até hoje por católicos e protestantes sérios. Também não é nenhum tratado acadêmico rebuscado, mas um guia espiritual e doutrinal claro e direto, útil para todos os cristãos que desejam permanecer fiéis à fé da Igreja.

São Roberto Belarmino chegou a chamá-lo de “livro de ouro”, e com razão: nele encontramos a defesa de princípios que resistem até hoje às mudanças intempestivas e aos modismos teológicos que infestam cada geração.

“A Igreja de Cristo, cuidadosa e cauta guardiã dos dogmas que lhe foram confiados, jamais os altera; em nada os diminui, em nada lhes adiciona; não a priva do que é necessário, nem lhe acrescenta o que é supérfluo; não perde o que é seu, nem se apropria do que pertence aos outros, mas com todo o zelo, recorrendo com fidelidade e sabedoria aos antigos dogmas, tem como único desejo aperfeiçoar e purificar aqueles que antigamente receberam uma primeira forma e esboço, consolidar e reforçar aqueles que já foram evidenciados e desenvolvidos, salvaguardar aqueles que já foram confirmados e definidos” (Commonitorium, XXIII).

Respeitado por santos e adversários

São Vicente de Lérins travou debates com figuras de peso de seu tempo, inclusive com São Jerônimo, com quem manteve uma correspondência doutrinária rica e respeitosa. Tal foi sua influência e prestígio que mesmo os que o confrontaram fizeram questão de reconhecer sua importância. Jerônimo, por exemplo, o incluiu entre os “homens ilustres” da Igreja — um reconhecimento que diz muito sobre a estatura intelectual e espiritual de Vicente.

Legado duradouro

São Vicente faleceu por volta do ano 450 no próprio mosteiro de Lérins, local que ajudou a consolidar como centro de cultura, espiritualidade e santidade. Sua memória é celebrada pela Igreja no dia 24 de maio, tanto no Ocidente quanto no Oriente.

Num tempo em que heresias veladas e descaradas continuam a surgir sob capas de “novidade” e “mudança pastoral”, a voz de São Vicente de Lérins ainda ecoa como um farol para todos os católicos que desejam permanecer firmes na verdadeira fé: nem mais, nem menos — apenas a fé completa, íntegra, transmitida pelos Apóstolos.

“Perguntando eu com toda atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar, segura, enquanto possível genérica e regular, para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer sadio e íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o auxílio divino, duplamente: primeiro com a autoridade da Lei divina, e segundo, com a tradição da Igreja Católica” (Commonitorium).

Se você ainda não conhecia São Vicente de Lérins, agora é uma ótima oportunidade de se aprofundar. E se já conhecia, talvez seja a hora de reler seu Commonitorium com olhos ainda mais atentos.

Informações e conteúdo relacionado

Mais informações

Disclaimer: exceto quando explicitado na publicação, não temos nenhuma ligação com o conteúdo divulgado ou seu(s) criador(es). É também interessante notar que, apesar do nome do site, nem todo conteúdo publicado aqui pode ser rotulado como "de direita" ou de algo que o valha. Pode ser simplesmente algo interessante e/ou edificante que mereça ser arquivado ou pra realizar um simples registro histórico. Saiba mais sobre o Direita.TV aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *